Empresas brasileiras de Saúde têm gestão mais feminina

Segundo o estudo “A situação das mulheres e a liderança na saúde global”, realizado pela organização internacional Woman In Global Health, que marca presença em 51 países, as mulheres ocupam quase 70% dos empregos do setor de Saúde em todo o mundo e mais de 80% dos cargos de enfermagem e obstetrícia. Mas só há presença feminina em apenas 25% dos cargos de liderança sênior do segmento, de acordo com a mesma pesquisa. No Brasil, porém, esse cenário já tem resultados melhores, que merecem ser destacados na semana do Dia Internacional da Mulher.

Considerando os números do fim de janeiro deste ano, dos mais de 34 mil colaboradores da Amil, 75% são mulheres e 25%, homens. Nos cargos de gestão e liderança, o percentual feminino supera, com boa margem, a média internacional. Nas posições de gerência e de coordenação da operadora de planos de saúde, 68% são mulheres, com 32% de homens. Nos cargos executivos de direção, a presença masculina ainda prevalece em 59,5% deles. Mas o percentual feminino já está em 40,5%.

“Inclusão, equidade e diversidade contribuem para que tenhamos um mundo melhor e mais saudável. Por isso, trabalhamos o ano todo para que as mulheres se sintam valorizadas, empoderadas e encorajadas a se desenvolver em nossa empresa. Esses números mostram que ainda há muito a percorrer, mas que estamos no caminho certo”, avalia Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas e Segurança do Grupo Amil.

No Rio de Janeiro, chama a atenção a presença de mulheres como diretoras-executivas de hospitais. Formada pela UFRJ, em 1997, Elaine Martini, de 49 anos, quebrou dois paradigmas ao assumir, em outubro de 2022, o cargo de diretora-executiva do Hospital de Clínicas Mário Lioni, em Duque de Caxias: ser mulher e ser graduada em Enfermagem.

“Fiquei muito feliz de receber uma oportunidade de grande responsabilidade e poder inspirar outras pessoas. Sou a prova de que habilidade em gestão, liderança, resiliência e foco em resultado não têm relação com a formação acadêmica ou gênero para alcançar o posto de diretora-executiva de um hospital”, destaca Eliane Martini, cuja unidade irá inaugurar uma ala com sete leitos para pacientes psiquiátricos neste mês de março.

No Hospital Pan-Americano, na Tijuca, a direção executiva é ocupada, desde outubro de 2023, pela pediatra Soraya Barelli. Formada em Medicina em 2001, pela UFRJ, em setembro do ano seguinte assumiu a direção do Hospital Infantil de Belford Roxo (RJ), posição que ocupou até março de 2012.

“No quarto período da faculdade, comecei um estágio nesse hospital. Logo me indicaram para a posição de Líder de Estagiários e comecei a lidar com gestão e produção de escalas de trabalho. Assim que me formei, fui contratada como médica de rotina e, pouco depois, nomeada diretora. O começo foi muito difícil e desafiador. Aos poucos, felizmente, fui ganhando a confiança de toda a equipe”, afirma a diretora do Pan-Americano. Nas próximas semanas, serão finalizadas as obras de expansão do CTI adulto do hospital tijucano, que passará de 22 para 28 leitos.

DINO

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