As hepatites virais são infecções que afetam o fígado. Elas podem ser agudas ou crônicas e se manifestar de maneira leve, moderada ou grave. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são aquelas causadas pelos vírus A, B, C e D. Existe também a do tipo E, mas é rara entre brasileiros, sendo mais facilmente encontrada na Ásia e África.
De acordo com o Relatório Global sobre Hepatites 2024, da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de vidas perdidas devido às hepatites virais está aumentando. Em todo o mundo, elas são responsáveis pela morte de cerca de 3.500 pessoas diariamente.
Segundo a OMS, mortes prematuras por hepatites virais podem ser evitadas em países de baixa e média renda por meio de vacinação, diagnóstico, medicamentos e campanhas educativas.
Atenção aos sintomas
Geralmente, as hepatites virais são doenças silenciosas, que só apresentam sintomas quando estão em estágio avançado, sendo comum o paciente relatar:
– Cansaço;
– Febre;
– Náuseas;
– Vômitos;
– Pele e olhos amarelados;
– Dores abdominais;
– Fezes claras e urina escura.
Importância do diagnóstico e tratamento precoces
Em todo o mundo, segundo dados da OMS, apenas 13% das pessoas que vivem com infecção crônica por hepatite B foram diagnosticadas e aproximadamente 3% receberam terapia antiviral no final de 2022. Em relação à hepatite C, 36% foram diagnosticados e 20% receberam tratamento curativo.
“É fundamental o diagnóstico definitivo para definir o melhor tratamento e prevenir complicações futuras. O diagnóstico é feito com exames laboratoriais simples que indicam se o indivíduo entrou ou não em contato com determinado tipo de vírus”, explica o Dr. Sergio Pessoa, médico gastroenterologista e hepatologista da Clínica Progastro, em Fortaleza (CE), doutor em Biotecnologia da Saúde pela Universidade Estadual do Ceará e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
Em relação ao tratamento para as hepatites virais, eles variam de acordo com as causas e os tipos virais. Normalmente, é recomendado repouso, hidratação, boa alimentação e a suspensão do consumo de bebidas alcoólicas e de alguns medicamentos por, pelo menos, seis meses, para evitar mais danos ao fígado e acelerar o processo de recuperação.
Como se prevenir
Existem muitas maneiras de reduzir as chances de contrair hepatite:
– Tomar as vacinas para hepatite A e hepatite B, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Quem se vacina para o tipo B também se imuniza contra o tipo D, já que a replicação do vírus desse tipo de hepatite ocorre pela coinfecção do vírus tipo B. Para os demais vírus, não há vacina;
– Usar preservativos nas relações sexuais;
– Não compartilhar agulhas e seringas, caso seja usuário de drogas;
– Ter uma boa higiene pessoal, lavando as mãos após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes de preparar os alimentos;
– Não usar itens pessoais de alguém infectado;
– Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
– Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
– Tomar precauções ao fazer tatuagens ou piercings;
– Tomar as vacinas recomendadas caso viaje para países com saneamento precário.
Qual é a perspectiva para a hepatite?
As hepatites A e E geralmente só causam infecções de curto prazo (agudas) que o organismo combate sem a necessidade de tratamento. Os outros tipos (B, C e D) também podem causar infecções agudas, mas também podem causar infecções crônicas (de longo prazo), que são mais perigosas.
“As infecções crônicas caracterizam-se pela persistência do vírus e da inflamação hepática por mais de seis meses. Se a hepatite crônica não é tratada de forma correta, ela pode evoluir para cirrose hepática e/ou câncer de fígado”, diz o Dr. Pessoa.
A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.
A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.
A maioria das pessoas se recupera totalmente de um quadro de hepatite viral, mesmo que possa levar vários meses para o fígado cicatrizar. Para acelerar a recuperação, são recomendadas algumas medidas:
– Evitar o consumo de álcool;
– Ter uma alimentação equilibrada e saudável;
– Fazer repouso;
– Conversar com o médico sobre o uso de medicamentos, vitaminas e suplementos, para saber quais devem ser evitados ou não.
Relação entre hepatites virais e câncer
Estima-se que aproximadamente 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos casos de câncer hepático estão relacionados às infecções pelos vírus de hepatites B e C
*Este texto não substitui uma consulta médica. Em caso de dúvidas, consultar um profissional de saúde.
Colisão entre carro e moto no Centro de Ponta Grossa deixa garupa ferida com suspeita…
Ao todo, serão construídas 86 moradias na cidade por meio de articulação do deputado federal…
Guarda Municipal de Ponta Grossa prende motociclista com drogas e dinheiro em Uvaranas após fuga…
Estado investe R$ 2,7 milhões em sistema Autolys para coleta e análise de DNA, avançando…
O evento, que acontece também nesta sexta-feira (22), tem como tema central a "Emergência Climática"…
PF indicia Bolsonaro e 36 por golpe de Estado; PGR decidirá denúncia em 15 dias.…
Esse site utiliza cookies.
Política de Privacidade