À medida que o setor da saúde evolui, os profissionais de saúde estão cada vez mais focados em não apenas tratar doenças, mas em garantir que a jornada de cuidado seja a mais positiva possível para os pacientes.
Nesse cenário, a acreditação hospitalar, por exemplo, vem ganhando força. O crescimento da Acreditação ONA, que em 2017 dispunha de 255 hospitais acreditados no país, foi de 54 organizações hospitalares em 2021, o que representa uma média de 13,5 certificações/ano a mais no período e um crescimento de 21,1%, segundo dados do Grupo IBES.
Esse movimento reflete uma mudança paradigmática na medicina, onde a satisfação e o bem-estar do paciente se tornam tão importantes quanto os resultados clínicos.
Estudos recentes apontam para uma correlação direta entre a experiência positiva do paciente e a eficácia do tratamento. De acordo com uma pesquisa publicada na National Library of Medicine, pacientes que relatam altos níveis de satisfação com o atendimento recebido tendem a ter melhores resultados de saúde.
Além disso, uma boa experiência está associada com a lealdade do paciente, que gera a fidelização e impacta a importância dos programas de qualidade. Pacientes mais satisfeitos também recomendam os serviços de saúde, garantindo sustentabilidade, conforme indica um artigo da Health Science Reports.
Para Richard Rivière, cofundador e CEO da empresa Versatilis System, o foco na experiência do paciente também é impulsionado por uma maior transparência e pelas expectativas dos consumidores. Com a disponibilidade de informações online e plataformas de avaliação, os pacientes estão mais informados e exigentes em relação à qualidade do atendimento que recebem.
Todos esses fatores influenciam os prestadores de serviços de saúde a adotarem práticas que priorizem a experiência do paciente, desde a facilidade de marcar consultas online até a clareza na comunicação e o tempo dedicado durante as consultas.
Nesse sentido, muitos hospitais e clínicas estão adotando tecnologias como o prontuário eletrônico. Segundo uma pesquisa da Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 84,6% dos médicos indicaram melhorias na qualidade, e 76,7% indicaram melhorias na segurança com o uso do prontuário eletrônico.
“O prontuário, agendamento online e a prescrição digital facilitam o acesso dos pacientes aos serviços de saúde, e também promovem uma maior interação entre paciente e profissional, permitindo um acompanhamento mais personalizado e eficiente”, afirma Richard.
Além disso, a humanização do atendimento é uma estratégia cada vez mais valorizada por movimentos como a Slow Medicine, ou Medicina Lenta, por exemplo. Esses movimentos reiteram a importância da empatia, da escuta ativa e da comunicação eficaz, reconhecendo que o aspecto emocional e psicológico desempenha um papel fundamental na recuperação do paciente.
A preocupação com a experiência do paciente reflete uma compreensão mais ampla da saúde, que inclui aspectos físicos, emocionais e sociais.
Assim, ao colocar o paciente no centro do processo de cuidado, esses profissionais acreditam que não somente melhoram a qualidade do atendimento, mas contribuem para a construção de um sistema de saúde mais sustentável e eficiente.
Este foco renovado na experiência do paciente é um testemunho da evolução contínua do setor de saúde que, atualmente, busca ir além de curar, garantindo que cada paciente se sinta valorizado e respeitado em sua jornada de cuidado.
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