O setor de M&A (fusões e aquisições de empresas) está confiante de que 2024 será promissor para o mercado. A expectativa é de que o ano seja melhor do que 2023, quando os valores movimentados por esse tipo de operação caíram 15%, chegando a US$ 3,2 trilhões (aproximadamente R$ 15,9 trilhões, na cotação atual). Os dados são de um relatório da Bain & Company, consultoria norte-americana.
No entanto, ao falar do ano atual, a companhia estima um volume maior de negociações. “Muitos dos ativos que não foram lançados no mercado em 2023 alimentarão negociações em 2024”, afirma o trecho de um relatório que analisa as tendências para os próximos meses.
A empresa brasileira BuyCo., especializada em intermediar M&A de pequenos e médios negócios, reforça a expectativa positiva em relação ao mercado. “Diferentemente do ano passado, que ficou mais estagnado até a metade e só acelerou no segundo semestre, 2024 começou a todo vapor e promete ser promissor. Em 2023, nossa média estava em uma empresa vendida a cada 36 dias. Para este ano, a expectativa é que esse número seja melhor”, analisa Rafaela Rossi, CBO, sócia e cofundadora da BuyCo.
Rafaela explica que, em 2023, a empresa intermediou fusões dos mais variados segmentos da economia, como indústria, tecnologia, engenharia e serviços. “Para esse ano, a aposta está nos setores de saúde e turismo, mas a previsão é que indústria e tecnologia permaneçam atrativos”, avalia.
Eric Darioli, gerente de operações da BuyCo., diz que um dos fatores que devem impulsionar o mercado nos próximos meses no Brasil está relacionado à Selic, a taxa básica de juros da economia.
“Com a queda da taxa Selic, prevemos um aumento das transações de M&A, que é uma excelente estratégia para o crescimento dos negócios”, destaca. Há poucos dias, em 31 de janeiro, o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a quinta redução seguida na taxa Selic, que ficou estabelecida em 11,25% ao ano.
Brasil apontado como mercado em destaque
“As oportunidades, provavelmente, nunca foram tão grandes em M&A na América Latina como agora”. A frase é de um relatório da empresa KPMG, segundo o qual 45% dos investidores entrevistados afirmaram que a região está passando por seu momento mais propício para esse tipo de negócios.
Entre os países de maior destaque, está o Brasil, que foi apontado como atrativo por 40% dos entrevistados e como muito atrativo por 29%. No caso brasileiro, tamanho, estabilidade do mercado, ampla disponibilidade de recursos naturais e posição estratégica são fatores comumente apontados como favoráveis. Na América Latina, o país só perde para o México, que ficou em primeiro lugar ao ser visto como atrativo por 46% e como muito atrativo por 33%.
Na avaliação da BuyCo., uma grande oportunidade para M&A no mercado brasileiro está nas pequenas e médias empresas, que representam 99% das empresas no Brasil. Elas são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 62% dos empregos de carteira assinada do país, conforme dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Quando feitas da maneira correta, fusões e aquisições “trazem acessibilidade ao empreendedorismo e reduzem a mortalidade dessas empresas”, sintetiza Rafaela. “Afinal, comprar um negócio em operação é o atalho para começar a empreender ou expandir os negócios com menos riscos”, conclui.
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