O setor automobilístico global está cada vez mais focado no desenvolvimento e na adoção de veículos movidos à energia elétrica, trazendo grandes benefícios ambientais. Levantamento inédito da Webmotors, maior ecossistema automotivo do Brasil e principal portal de negócios e soluções para o segmento, mostra que as buscas por veículos eletrificados usados na plataforma, considerando híbridos e elétricos, cresceram 134% no primeiro semestre de 2024 sobre os mesmos seis meses do ano passado. Já entre os zero quilômetro da categoria, a procura aumentou 62% em idêntico período.
Estes veículos propiciam “emissões zero” que, ao contrário dos carros a combustão, que liberam gases poluentes como dióxido de carbono e material particulado, os elétricos operam de forma limpa e sem emissões durante o seu funcionamento.
“Devido ao fato de aproveitar a energia do movimento (cinética) para recuperar cargas da bateria e poupar os freios, fato que aumenta sua vida útil e, por consequência, reduz o consumo e o consequente descarte das peças”, enfatiza Vininha F. Carvalho, ambientalista, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
Um carro elétrico tem menos partes móveis, por isso não precisa de filtros de ar ou combustível, nem mesmo de óleo lubrificante. Estes são os principais resíduos gerados por um carro à combustão além da emissão de gases estufa.
Até o final da década, os carros elétricos devem representar 86% do mercado, segundo relatório do Rocky Mountain Institute (RMI). De acordo com a Agência Internacional de Energia, 14% dos veículos vendidos neste ano são elétricos.
O Brasil enfrenta desafios significativos na estrutura para suportar uma frota crescente de carros elétricos, incluindo a necessidade de expandir a rede de carregamento e melhorar a infraestrutura energética. Apesar de alguns avanços recentes e iniciativas públicas e privadas, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a viabilidade dessa transição. Investimentos em tecnologia, políticas públicas favoráveis e colaboração entre setores são essenciais para acelerar esse processo.
O mercado ainda precisa de adaptação para fazer à transição dos veículos a combustão para os movidos a bateria. No Brasil, existem cerca de 4.600 eletropostos, mas uma estimativa da ABVE aponta que até 2025 este número deve chegar a dez mil.
Segundo Evandro Gussi, CEO e presidente da UNICA e membro do Conselho do MBCB, o Brasil tem vocação para ocupar a vanguarda da descarbonização mundial, algo que já vem acontecendo desde a década de 1970 com a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool). Para continuar nessa trilha basta combinar esforços e investimentos em tecnologia, produção própria e capacitação de pessoas, garantindo empregos e gerando renda.
“Investir em carros elétricos, além de ser uma escolha ambientalmente consciente, se manifeta como uma decisão inteligente para o futuro da mobilidade. O mercado brasileiro dá um passo significativo em direção à mobilidade sustentável com a formação do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB). A iniciativa busca impulsionar a transição energética limpa, economicamente viável e socialmente responsável do setor de transportes”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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