Em setembro do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou seu primeiro relatório sobre os efeitos globais da hipertensão arterial, incluindo recomendações sobre como combater essa doença silenciosa e perigosa. Segundo o documento, a condição afeta 1 em cada 3 adultos em todo o mundo – número que dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão de pessoas. A OMS informa, ainda, que quase metade da população com hipertensão não tem conhecimento de sua condição, o que agrava os riscos.
No Brasil, de acordo com a edição 2023 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério da Saúde, brasileiros entre 18 e 24 anos e acima de 65 anos são os mais diagnosticados com hipertensão. O levantamento também constatou uma alta na prevalência da doença em 2023, tanto na população mais jovem quanto nos idosos – em comparação à pesquisa de 2021. Dados do Ministério da Saúde indicam, ainda, que a taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos 10 anos.
Para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença foi instituído, em 2002, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Assim, associações médicas, órgãos governamentais e entidades da sociedade civil aproveitam a data para alertar sobre essa doença silenciosa que é responsável por até 80% dos casos de acidente vascular cerebral (derrame) e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no País. Além disso, pode causar insuficiência cardíaca, danos renais e muitos outros problemas de saúde.
A hipertensão é caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio) – conhecido como 14×9. O primeiro número se refere à pressão máxima (sistólica), que corresponde à contração do coração. O segundo está relacionado à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa. Os sintomas da alta de pressão podem incluir tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. “Apesar da alta prevalência na população, a hipertensão pode ser tratada e controlada com medicação adequada e alterações no estilo de vida, que prioriza a adoção de uma alimentação equilibrada e a prática de atividade física”, afirma a nutricionista do Departamento de Ciências e Pesquisas da Yakult do Brasil, Adrianne Machado.
Dentre as principais causas da doença estão obesidade, histórico familiar, estresse, sedentarismo, tabagismo e envelhecimento. A nutricionista orienta que a melhor forma de prevenir a hipertensão é manter atenção com a alimentação, que deve ser composta de frutas, verduras, legumes, grãos integrais, peixes, aves, leite e derivados e carnes com baixo teor de gordura. “Também é fundamental substituir a utilização de sal por temperos e ervas naturais, além de evitar o consumo de alimentos industrializados com alto teor de sódio, especialmente molhos e temperos prontos, macarrão instantâneo, embutidos e enlatados”, alerta. Além da dieta saudável, é essencial a prática de atividade física regular, evitar o fumo e não ingerir álcool em excesso.
Microbiota intestinal
Cientistas de várias partes do mundo investigam qual seria o papel da microbiota intestinal na hipertensão arterial. Na plataforma científica internacional PubMed, por exemplo, há mais de 150 estudos relacionados ao tema, desenvolvidos por cientistas de diferentes países. Os artigos têm como tema central Microbioma intestinal e neuroinflamação na hipertensão, Microbiota intestinal e hipertensão: associação, mecanismos e tratamento e A disbiose da microbiota intestinal contribui para o desenvolvimento da hipertensão, dentre outros.
Um desses estudos foi realizado por pesquisadores chineses que elaboraram uma revisão da literatura com dados científicos de diferentes plataformas científicas, incluindo Elsevier, PubMed, Web of Science e China National Knowledge Infrastructure (CNKI). Segundo os autores, evidências crescentes provaram que a patogênese da hipertensão está intimamente relacionada à disbiose (desequilíbrio) da microbiota intestinal. Os cientistas concluíram que a hipertensão pode levar ao desequilíbrio da microbiota intestinal e à disfunção da barreira intestinal, incluindo aumento de bactérias nocivas, diminuição de bactérias benéficas e aumento da permeabilidade intestinal.
Em outra revisão da literatura científica, pesquisadores alemães discutiram como a microbiota intestinal e os metabólitos intestinais podem afetar a hipertensão e a aterosclerose. No estudo, pacientes hipertensos mostraram ter menor abundância de microrganismos produtores de ácidos graxos de cadeia curta (bactérias boas) e maior abundância de bactérias gram-negativas (patogênicas). Os cientistas concluíram que a microbiota intestinal afeta a hipertensão e a aterosclerose através de muitas vias, fornecendo uma ampla gama de potenciais alvos terapêuticos e desafios.
Mais informações
Fundada em 1955 pelo médico e pesquisador Minoru Shirota, a Yakult Honsha, sediada em Tóquio, no Japão, pesquisa os microrganismos probióticos promotores da saúde. Presente em 40 países e regiões, a marca faz parte dos hábitos alimentares diários de mais de 40 milhões de consumidores no mundo. A filial brasileira completa 56 anos em 2024. Para outras informações, basta acessar o site www.yakult.com.br ou as redes sociais da empresa: Facebook/yakultbrasiloficial, Instagram@yakultbrasil e TikTok/yakultbrasil.
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