Impactos da crise hídrica nos negócios abrem oportunidades para a inovação

A escassez de água se torna cada vez mais um desafio global. Diversos países já estão enfrentando os problemas causados pelos períodos irregulares de chuvas, passando pelas secas extremas e os reflexos das mudanças do clima. No Brasil, a má gestão e o desperdício desse recurso essencial são alguns dos problemas que estão contribuindo para aumentar a crise hídrica, um problema sério que impacta os negócios em diversos setores da economia.

Para mitigar os riscos, as empresas precisam tomar medidas para reduzir o consumo de água, aumentar a eficiência do uso e investir em soluções inovadoras para lidar com a escassez e aumentar sua segurança hídrica. Segundo a ONU, a maioria dos desastres em curso no mundo atualmente tem relação com a água. No Brasil, dados do Atlas Digital de Desastres apontam para impactos da ordem de R$ 11 bilhões para as indústrias entre 1991 e 2022.

Os prejuízos vão desde a falta de suprimento de energia a preços competitivos, danos aos ativos e infraestrutura, interrupção de produção, risco de desabastecimento e aumento dos custos com apólices de seguros. Outra questão que afeta o aumento da crise hídrica está ligada às mudanças climáticas, cujos efeitos provocam tanto quadros de secas severas, como também de inundações e enchentes.

Para Flávio Henrique Zavarise Lemos, gerente de Novos Negócios da Cetrel, empresa especialista em água e efluentes com atuação em todo o Brasil, nesse contexto, avalia-se que a gestão adequada da água deve ser a grande preocupação das empresas. Para ressaltar a importância do insumo no desenvolvimento sustentável dos negócios, o executivo cita o monitoramento ODS do Observatório 2030, iniciativa do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, com 109 empresas avaliadas. “O estudo mostra que somente 16 (14,7%) consideram o risco da escassez hídrica sob a ótica da quantidade e qualidade. Vale lembrar que os negócios estudados estão ligados a serviços essenciais, como água e energia elétrica, consumo e alimentos, e também papel, celulose e madeira”, observa.

Tecnologias e práticas sustentáveis

No âmbito de soluções possíveis para combatermos a crise hídrica e ainda proporcionar as boas práticas nos negócios, Flávio Lemos destaca que em um primeiro momento devemos trabalhar na sua mitigação aliando ações empreendidas pelas iniciativas privadas, públicas e sociedade civil. “Em termos empresariais, a adoção de tecnologias, alinhada com o conceito ESG (compromissos Ambientais, Sociais e de Governança) e a conscientização de todos, o que inclui a cadeia de suprimentos, estão no escopo para esse planejamento tornar-se ainda mais palpável e possível”, salienta.

Flavio Lemos informa que entre as tendências para combater a escassez de água nas empresas, a utilização de ferramentas como a Internet das Coisas (IoT), a Inteligência Artificial, Big Data, sistemas de monitoramento, sensores e tantos outros dispositivos tecnológicos estão na lista de itens para a boa gestão dos recursos hídricos.

No rol de soluções sustentáveis disponíveis no mercado, ele destaca o reúso de água on-site como uma das alternativas mais acessíveis para que as indústrias de todos os tipos e portes fomentem a economia circular dentro do processo de gestão de água e esgoto das suas operações. “O modelo on-site é considerado uma solução eficaz para combater a crise hídrica, uma vez que aumenta a eficiência hídrica, reduz custos e contribui para a sustentabilidade”, explica o especialista.

Na prática de reutilização, o gerente de Novos Negócios da Cetrel comenta que a água passa por um processo de purificação e tratamento especializado, alcançando parâmetros de qualidade estabelecidos pela legislação brasileira, que torna o recurso útil para fins menos nobres, substituindo, por exemplo, o uso parcial ou total da água potável em lavagens de pisos e rega de jardins.

Flávio Lemos ressalta que pensar e repensar as boas práticas, investimentos e soluções para o bom uso da água é essencial para as organizações. “Com a utilização dessas soluções inovadoras elas se manterão competitivas e ambientalmente responsáveis no mercado, e serão também bons exemplos e multiplicadores dos compromissos ambientais, sociais e de governança na sociedade”.

DINO

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