Altas habilidades podem ser úteis no trabalho, diz psicóloga

Dados do Censo Escolar de 2022 revelaram que há 26.815 alunos identificados com altas habilidades/superdotação no Brasil. Recentemente, uma publicação do Centro Multidisciplinar de Apoio, Pesquisa e Assessoria a Educação Especial Inclusiva (Cemap), da Prefeitura Municipal de Campinas, chamou a atenção para o fato de que a chamada “superdotação” não é só inteligência e que as altas habilidades podem vir acompanhadas de uma série de dificuldades para quem apresenta a condição. 

Segundo o artigo, especialistas e famílias de crianças superdotadas relatam despreparo e incompreensão do sistema educacional. De acordo com a psicóloga Elisheva Cesco Martinelli, no meio corporativo, as altas habilidades também vão além do quociente de  inteligência (QI) e podem, sim, ser usadas no ambiente de trabalho.

“Atenção, memória, criatividade, raciocínio lógico, raciocínio numérico e raciocínio espacial são apenas algumas das altas habilidades que podem – e devem – ser desenvolvidas no dia a dia profissional”, afirma.

Como identificar e desenvolver as altas habilidades no meio corporativo?

De acordo com Joseph Renzulli, referência no tema, a superdotação caracteriza-se por 3 pilares , sendo estes; Potencial acima da média, Criatividade e Envolvimento com a tarefa (motivação para a aprendizagem). Ter uma ou duas destas características não fecha o diagnóstico. Neste contexto, Elisheva frisa que a avaliação neuropsicológica com um psicólogo é um elemento essencial para identificar as altas habilidades e aproveitá-las da melhor maneira possível no meio corporativo. 

“A avaliação de um psicólogo é importante considerando que, entre outras coisas, um profissional com altas habilidades pode ser comumente confundido com TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Além do mais, vale destacar que ser superdotado não significa, necessariamente, que uma pessoa é super inteligente e muito menos “perfeita”, frisa. Elisheva explica, ainda, que alguém com atenção difusa, ou seja, a capacidade de conseguir prestar atenção em vários assuntos e temas paralelos, pode ser confundida com transtorno de déficit de atenção, pois este considera apenas a atenção concentrada, e que a pessoa com superdotação, assim como outras, pode estar sujeita a possuir outras condições associadas.. Outro exemplo, segundo a profissional, vem daqueles que procrastinam e perdem o interesse em atividades rotineiras, o que é algo normal e natural para pessoas com altas habilidades de criatividade.

“Vivemos em um mundo em constante transformação, onde as carreiras enfrentam desafios únicos. Muitas pessoas se sentem perdidas, sem direção, ou enfrentam obstáculos para atingir seus objetivos profissionais e isto pode ser inclusive sintomas de pessoas com altas habilidades”, diz.

Segundo Elisheva, pessoas com altas habilidades também precisam de atenção, orientação, estruturação e planejamentos adequados que possam dar sustentação ao seu desenvolvimento psicoemocional e organização cognitiva, e quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de sucesso. Para tanto, explica, é possível combinar o que há de mais novo e moderno em psicologia e psicometria no mundo, em um programa que pode incluir, por exemplo, testes específicos, coaching e mentoria de carreira como plano de fundo. 

Ela destaca que a combinação das técnicas de Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), Programação Neurolinguística (PNL), neurociência, psicodrama e psicologia positiva mostra-se muito eficaz no melhor aproveitamento destas habilidades.

“Esse método é  baseado em ações, em olhar para todos os seus seres – psíquico, físico, espiritual e intelectual -, empoderamento, autonomia, liberdade, descobrimento e desenvolvimento de recursos internos”, relata.

“Olhamos para o passado buscando entender suas crenças, história e padrões. A partir daí, aplicamos ‘assessments’ (ferramentas científicas) para conhecer suas potencialidades e talentos e colhemos feedbacks a fim de desenvolver as altas habilidades no meio corporativo, com foco no presente e futuro. A partir do conhecimento de suas habilidades, a pessoa poderá fazer melhores escolhas profissionais, inclusive utilizando seus talentos. E ser mais feliz, pois o ser humano é mais feliz quando atua com seus talentos e potencialidades em seu estado natural”, conclui.

Elisheva possui experiência nos ramos de alimentos, agronegócio, e-commerce, varejo, logística, games, educação, salesforce e tech em geral. Além disso, atua como psicóloga há 17 anos, possui formação em Neuroscience for Business pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), Gestão de Projetos Complexos por Cambridge, MBA em Gestão de Pessoas e Marketing, pós-graduação em Gestão e Liderança em Tecnologia e, ainda, uma pós em Espiritualidade, Carreira e Sentido da Vida pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/elishevacescopsi/

DINO

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