Daqui a menos de sete meses, em 6 de outubro, os brasileiros vão às urnas para as eleições municipais. Com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão aproximadamente 69,2 mil cargos em disputa, sendo que mais de 58 mil correspondem a mandatos de vereador e o restante a prefeito e vice-prefeito.
Como o prazo de registro de candidatura ainda não começou, não é possível saber quantas pessoas irão se postular a um cargo. Dados do TSE, no entanto, mostram que a quantidade cresceu nas últimas eleições. Na eleição municipal de 2020, por exemplo, foram aproximadamente 557,6 mil candidaturas solicitadas. A título de comparação, 2016 registrou cerca de 496 mil e, em 2012, esse número ficou em torno de 482 mil.
Para Paulo Junior, CEO do Politique, startup com foco em desenvolvimento de tecnologia para gestão e planejamento de campanhas políticas, existe uma explicação clara para o aumento da quantidade de candidatos com o passar dos anos.
“Isso é reflexo do crescimento da politização da população e do debate em torno do que nosso país vem passando nos últimos anos. A polarização também gera o sentimento de trazer a público as crenças de cada indivíduo”, diz. “O cidadão vem enxergando a importância da política para alcançar as mudanças que ele acredita que devem ser feitas”.
O especialista destaca que esse cenário só pode ser melhor entendido se levada em conta a influência da tecnologia e das redes sociais. Estas, em sua visão, firmaram-se como um instrumento de voz da população e de construção de candidaturas e gestões políticas.
Paulo Junior explica que o potencial não se limita a meramente fazer postagens pedindo votos na internet. “Hoje já é possível saber, com a tecnologia, quantos eleitores há em cada zona eleitoral e em cada sessão. Assim, conseguimos planejar a promoção do candidato em regiões onde ele realmente possa ter a possibilidade de alcançar os votos necessários, dando mais assertividade nas estratégias”, exemplifica.
Outra possibilidade é acompanhar o trabalho de apoiadores e líderes, mensurando o alcance da campanha e corrigir ações que, por algum motivo, não sejam eficientes. Como sintetiza o especialista, o uso de dados dá fim ao “achismo”, municiando as equipes com informações que ajudam a definir bandeiras, ações e posicionamento, bem como prevenir possíveis crises de imagem.
Dessa forma, recentes campanhas eleitorais bem-sucedidas têm algumas características em comum, aponta Paulo Junior. São elas: acesso a dados confiáveis, planejamento e monitoramento assertivo das ações. Apesar de diferentes, atuam em conjunto e estão diretamente conectadas.
Como exemplo de tecnologia, ele cita a plataforma Politique, que centraliza, em uma só ferramenta, cadastro de apoiadores, perfil do eleitorado, registro de atendimentos por parte do político ou equipe da campanha e acompanhamento de todas as métricas em tempo real.
“A tecnologia veio para democratizar ainda mais o processo político. Cada candidato e suas equipes devem se esforçar para usá-la com todo o potencial a seu favor”, diz Paulo Junior. “Essa eleição será um divisor de águas justamente porque quem utilizar as novidades tecnológicas de maneira eficaz irá passar pelo processo político com menos imprevistos e com mais resultados”, conclui.
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