A Adium Brasil – farmacêutica do Grupo Adium, presente em 18 países da América Latina – iniciou em maio a comercialização do Danyelza (naxitamabe), um anticorpo monoclonal destinado ao neuroblastoma, um câncer derivado do sistema nervoso simpático que atinge principalmente crianças com menos de 10 anos.
O medicamento pode ser administrado em adultos e crianças a partir de 1 ano com neuroblastoma de alto risco, recaído ou refratário no osso ou medula óssea, que tenha demonstrado resposta parcial, menor ou doença estável à terapia anterior. A ação terapêutica do naxitamabe auxilia o sistema imunológico do paciente a identificar e atacar as células cancerígenas de forma eficaz.
Danyelza (naxitamabe) é administrado com Leukine (sargramostim) e este será fornecido pela Adium, pois sargramostim não é comercializado no Brasil. Para maiores informações sobre o processo de solicitação de doação é importante consultar o SAC 0800 016 65 75.
Embora seja um câncer considerado raro, o neuroblastoma é a terceira neoplasia maligna mais comum entre crianças no Brasil, respondendo por 8% a 10% dos casos. A prevalência é de um diagnóstico a cada sete mil nascidos vivos, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). Mais de 80% das crianças têm menos de cinco anos quando a doença é identificada.
Trata-se de um tumor sólido, que nasce a partir das células nervosas em partes do corpo como pescoço, tórax e abdome. Também surge com frequência nos tecidos da glândula suprarrenal. Com causas e fatores de risco ainda desconhecidos, o tumor é resultado de uma mutação genética que faz células saudáveis se multiplicarem descontroladamente, acumulando massa.
Os sintomas aparecem de formas variadas porque o tumor pode atingir diferentes partes do organismo. Mas há sintomas que servem de alerta, como febre, perda de peso, inchaço nas pernas ou na parte superior do tórax, pescoço e rosto, dor óssea e dificuldades para sentir ou mover partes do corpo.
Para Eduardo Issa, diretor médico da Adium no Brasil, o grande desafio é diagnosticar a doença precocemente. “Assim o tratamento pode ser iniciado rapidamente. O neuroblastoma, contudo, pode ter início silencioso e sintomas inespecíficos, que acabam confundidos com outras doenças. Por isso é importante que a criança seja encaminhada ao médico para a melhor avaliação”, afirma.
O diagnóstico do neuroblastoma é feito por exames físicos, de urina e sangue, além de exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada. Caso algum nódulo seja identificado, podem ser realizadas biópsias e exames adicionais para a confirmação.
A definição de tratamento depende do estadiamento da doença (localização e extensão do câncer), idade da criança e grupo de risco. Os tipos de tratamento utilizados podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplante de células-tronco e imunoterapia. Pela complexidade do neuroblastoma, mais de uma abordagem pode ser necessária.
“O tratamento requer equipe multidisciplinar com médicos, enfermeiros, nutricionista e psicólogo, para o melhor suporte à saúde da criança e apoio aos pais”, destaca Issa. As taxas de sobrevida em crianças com doença de risco baixo e intermediário são de aproximadamente 90%. Já para pacientes com doença de alto risco, a sobrevida atinge 50%, devido a modernização de tratamentos e de terapia combinada.
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