Antes memos da estreia, o filme Divertida Mente 2, já era comentado e aguardando pelo público. A aparição de novas emoções como Ansiedade e Nostalgia, que se juntaram as já conhecidas Raiva, Tristeza, Nojinho, Medo e Alegria, animou a internet. Mas o que todas essas emoções têm a ver com o dinheiro? Tudo, segundo a economista e educadora Mila Gaudencio, parceira do will bank, banco digital com mais de 7 milhões de clientes em todo o país.
No primeiro filme, a história revela o processo de construção da personalidade da menina Riley por meio das memórias base e das emoções que, ludicamente, formavam as “ilhas de personalidade”. Na sala de controle, os sentimentos se reuniam para gerar um misto de sensações e confusões na garotinha. Com os novos personagens, o longa continua trazendo reflexões importantes para o sentir. Na onda do filme, o will bank traz para o centro da “sala de controle” as questões financeiras e a relação direta com as emoções.
De acordo com a Mila, a relação emocional que as pessoas têm com o dinheiro permite uma correlação direta entre as emoções apresentadas no filme e o dia a dia dos brasileiros. Por isso, a estreia do longa é um bom momento para pensar no assunto. Mila ressalta que a relação entre dinheiro e emoções é uma pauta discutida há tempos. “A psicologia financeira é tema de estudo dos doutores Brad e Ted Klontz que em seu livro, ‘A mente acima do dinheiro’ afirmam que eventos emocionais associados ao dinheiro nas primeiras fases da vida deixam marcas para a fase adulta. A pesquisa de Dismorfia Financeira reforça esse conceito. De acordo com o estudo, 79% das pessoas adultas gostariam de ter hoje coisas que não tiveram acesso quando eram crianças, um exemplo clássico da nostalgia”, explica a consultora.
Os sentimentos representados no filme também são identificados no estudo de Dismorfia Financeira. Segundo os dados levantados pela pesquisa, realizada com mais de 2.000 pessoas de todo o Brasil, 88% sentem alegria ou satisfação em conquistar algo que outras pessoas duvidaram que elas conseguiriam. Enquanto 60% relatam ter medo de usar o crédito que é oferecido pelas instituições financeiras e não conseguir pagar. Para Mila, administrar essas emoções passa pelo planejamento e pelo conhecimento. “Comemorar conquistas e sentir-se alegre faz parte do processo saudável da aquisição de um bem desejado, porém, para que esse sentimento não se transforme em angústia lá na frente, é importante ter um planejamento prévio. O conhecimento gera segurança e permite uma tomada de decisão mais coerente e realista”, explica.
A inveja pode ser uma nova emoção para Riley, mas na vida adulta, o sentimento é um ponto de destaque na relação com as finanças. No estudo conduzido pelo will, a grama do vizinho parece sempre ser mais verde. Para 53% dos entrevistados, outras pessoas sempre estarão à frente deles mesmo se ganharem mais. Outros 52% afirmam que “ser rico” significa pertencer a grupos distantes da sua realidade e 71% dos respondentes creem que os outros ganham facilmente aquilo que eles precisam conquistar com muito esforço.
E a ansiedade, outra emoção nova para Riley, está presente em sintomas físicos de pessoas que foram questionadas sobre a vida financeira. Cerca de 16% dos homens e 13% das mulheres têm suor excessivo ao pedirem uma linha de crédito ao gerente do banco. O estudo ainda revela que 14% dos homens e 18% das mulheres apresentam dores de cabeça nesta mesma situação. Ainda sobre esse aspecto, a insônia é outro sintoma relatado por 10% dos homens e 14% das mulheres, seguido por tensão muscular, que aparece para 7% dos homens e 17% das mulheres.
“Administrar as emoções, como ensina o filme, é um processo de autoconhecimento que contribui para uma relação mais plena com o dinheiro, onde ele passa a ser instrumento e não fim. Ressignificar e entender os motivos pelos quais as emoções – positivas e negativas – afloram é fundamental para estabelecer um ponto de virada e reconexão com o dinheiro”, diz Mila.
Raiva, tristeza e vergonha também estão na central de controle das emoções dos respondentes da pesquisa. Mulheres (14%) sentem mais raiva que homens (13%) ao ter que pedir um empréstimo no banco, enquanto os homens (14%) expressam esse sentimento com mais frequência que as mulheres (8%) quando precisam pedir um empréstimo a parentes ou conhecidos.
Já a tristeza acomete cerca de 23% dos homens e 19% das mulheres quando o assunto é solicitação de empréstimo ao banco. E a vergonha está presente em 22% dos homens ao pedir um empréstimo e 24% nas mulheres.
“Produtos financeiros como empréstimos e cartões de crédito precisam ser entendidos e vivenciados como facilitadores, que têm o potencial de impulsionar projetos. Contudo, as tomadas de decisão precisam ser feitas em uma linha mais racional do que emocional – nem muito feliz, nem muito triste, ou ansioso ou com raiva – mas com foco em obter uma relação sustentável e prazerosa com as finanças”, aconselha Mila, que complementa: “Estar saudável financeiramente não significa ser rico, mas ter uma conexão equilibrada com o dinheiro”, diz.
*O estudo completo pode ser baixado, gratuitamente, no site de Dismorfia Financeira.
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