Quem nunca se olhou no espelho e sentiu uma explosão de alegria e bem-estar? Essa sensação de tudo dar certo está ligada à liberação de hormônios positivos, desencadeada pela satisfação com a própria imagem. Seja em casa, no salão ou na academia, a autoestima elevada influencia diretamente o humor e a percepção da vida. No entanto, um estudo global revela um contraste interessante: enquanto a autoestima das mulheres entre 30 e 44 anos diminuiu, nas demais faixas etárias houve um aumento. Jovens entre 18 e 29 anos apresentaram um crescimento de 3 pontos percentuais, passando de 22% para 25% daquelas com alta autoestima. Já entre as mulheres com mais de 45 anos, o crescimento foi ainda mais expressivo, saltando de 33% para 46%.
Em outras palavras, sentir-se bem com a própria beleza traz felicidade. É o que garante a biomédica Karine Maia, especializada em estética e medicina ortomolecular. “Quando estamos em sintonia com nosso corpo, com nossa aparência física, isso gera a liberação de hormônios como dopamina, serotonina, ocitocina e endorfina. Essas substâncias são promotoras de prazer, de recompensa, de saciedade e até de felicidade. Elas nos estimulam a desfrutar de sensações bastante positivas”, explica.
Ela enumera as funções de cada um. A serotonina e a endorfina, cita, oferecem bem-estar e uma sensação de relaxamento, enquanto a dopamina proporciona motivação e satisfação. Já a ocitocina torna o indivíduo mais suscetível às relações sociais, abrindo-se a novas conexões e a um sentimento de empatia em relação a outras pessoas. “Quando todos esses hormônios estão juntos, eles são capazes de reduzir significativamente o estresse e a ansiedade. Mas isso só ocorre com um equilíbrio entre a saúde física e a saúde mental”, pontua a biomédica.
Para isso, Karine Maia recomenda o investimento no autocuidado e na estética pessoal, o que inclui a prática regular de atividades físicas e a abertura a vínculos que ajudem a gerar sentimentos positivos. “Os exercícios, por exemplo, liberam endorfina e dopamina, e quando praticado ao ar livre, tendem a elevar ainda mais o bem-estar. Por isso, uma caminhada num local agradável também pode fazer diferença na liberação desses hormônios na corrente sanguínea”, afirma.
Quanto às relações interpessoais, a profissional conta que estar perto de pessoas que lhes sejam atraentes pela beleza estética ou pela sintonia emocional também podem liberar ocitocina. Ambientes agradáveis, paisagens e detalhes da natureza que agradem aos sentidos tendem a fazer de fato bem para a saúde mental. Por isso, ela recomenda a busca constante por momentos agradáveis, ainda que reconheça a dificuldade de desfrutar desse tipo de sensação com frequência.
“É claro que a vida não é só felicidade, não são só realizações. Temos nossas frustrações, nossos sentimentos de tristeza e de fragilidade emocional. Mas a ciência já conhece o passo-a-passo orgânico, por assim dizer, que leva às sensações positivas. Quando passamos a compreender o comportamento dos hormônios, fica mais fácil alcançar essa autoestima e de minar os efeitos do sofrimento. A resposta pra tudo isso está nos hormônios”, finaliza.
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