Brasil avança em inovação, mas ainda enfrenta desafios estruturais

O Brasil deu um salto significativo no Índice Global de Inovação (IGI), subindo cinco posições em comparação com o ranking de 2022. Agora, o país ocupa a 49ª colocação entre 132 nações, conquistando o posto de líder da América Latina, uma posição anteriormente ocupada pelo Chile. Os dados, divulgados em 27 de setembro, destacam o avanço brasileiro após anos de crescimento contínuo no I

Em 2023, o Brasil não apenas ultrapassou o Chile, mas também rompeu uma sequência de 12 anos fora das 50 economias mais bem classificadas no IGI. O México, na 58ª posição, segue como a terceira economia mais inovadora da região. Dentro do grupo BRICS, o Brasil se posiciona em terceiro lugar, à frente da Rússia (51ª) e da África do Sul (59ª). A China e a Índia ocupam a 12ª e a 40ª posições, respectivamente.

Entretanto, a competitividade e a inovação são pilares essenciais para o desenvolvimento econômico e social de qualquer nação e o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais significativos que podem comprometer seu crescimento sustentável e sua posição no mercado global. 

Isso ocorre porque a competitividade de um país está intrinsecamente ligada à sua capacidade de atrair investimentos estrangeiros e gerar empregos. “A competitividade estimula a melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos, bem como a eficiência produtiva”, ressalta o professor Antonio Carlos Marques Valente, Mestre em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC (UFABC) e professor do Centro Universitário Paulistana – UniPaulistana

Por outro lado, a inovação é um componente crucial para manter a competitividade empresarial. A criação ou melhoria de produtos, processos ou serviços permite que as empresas se diferenciem no mercado, atendendo às demandas dos consumidores de forma mais eficiente e atrativa. “Através da inovação, as empresas brasileiras podem superar a concorrência internacional e fortalecer sua posição no mercado global”, afirma o professor Valente.

No entanto, o Brasil enfrenta sérios desafios que limitam sua competitividade e capacidade de inovação. A infraestrutura deficiente, particularmente nos modais de transporte, encarece os custos de produção e dificulta a logística. Além disso, há deficiências na área de tecnologias de informação e comunicação que precisam ser resolvidas. A burocracia excessiva e a carga tributária elevada também impactam negativamente o ambiente de negócios, tornando-o menos favorável para o crescimento.

Outro ponto crítico é a deficiência educacional, que compromete a produtividade e a capacidade criativa dos cidadãos brasileiros. “A falta de investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação, Ciência e Tecnologia é uma questão preocupante. O Brasil ainda investe pouco nestas áreas em comparação com outros países”, destaca Valente.

De acordo com o relatório mais recente do Fórum Econômico Mundial, o Brasil caiu da 39ª para a 46ª posição no ranking de inovação. Entre os países do BRICS, o Brasil está à frente apenas da Rússia, que ocupa a 99ª posição.

Para superar esses obstáculos, o Brasil precisa adotar uma série de medidas estratégicas. Investir em infraestrutura, simplificar a burocracia e reduzir a carga tributária são passos essenciais para criar um ambiente de negócios mais favorável. Além disso, é fundamental estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação por meio de políticas públicas e incentivos fiscais.

O professor Valente da UniPaulistana  também enfatiza a importância da educação: “A melhoria da educação e capacitação da mão de obra, assim como o estímulo à cultura empreendedora, são necessárias para garantir a competitividade e inovação no Brasil. Investir nas pessoas é fundamental para impulsionar a criatividade e o desenvolvimento de novas ideias.”

Países que alcançaram elevados níveis de desenvolvimento econômico, tecnológico e social fizeram significativos investimentos em educação, infraestrutura, ciência e tecnologia. Portanto, é imperativo que o Brasil estabeleça uma agenda de prioridades que conduza o país a uma rota de crescimento sustentável, elevando substancialmente sua capacidade de inovação e competitividade.

Enfrentando desafios como infraestrutura deficiente, burocracia excessiva e falta de investimentos em PD&I, o Brasil precisa adotar medidas para estimular a competitividade e a inovação. Para ele, somente assim o país poderá se destacar no mercado global e garantir um futuro próspero para sua economia e sociedade.

DINO

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