Como a Salton zerou o uso de herbicidas em vinhedos próprios

Como uma empresa com experiência em mais de 100 anos na elaboração de espumantes e vinhos pode evoluir caminhando lado a lado com tecnologia e sustentabilidade? A Salton se aproxima dos 114 anos de história comprometida em avançar nas práticas de conservação da biodiversidade, no manejo sustentável e no desenvolvimento da viticultura. Por isso, dentro do aspecto sustentabilidade na viticultura, a vinícola celebra um dado importante: na última safra da uva, em 2023, a Salton zerou o uso de herbicida em vinhedos próprios.

Essa redução foi possível graças a uma das práticas de manejo sustentável realizada nos vinhedos da Salton, que é o uso do azevém. Planta de cobertura nativa, do tipo gramínea, essa espécie possui um ciclo vegetativo de inverno, o que garante o seu desenvolvimento sem competitividade com a videira, formando uma espécie de barreira protetora para as videiras suprimindo o desenvolvimento de plantas daninhas.

“Por meio de pesquisas desenvolvidas junto às equipes de viticultura e universidades, descobriu-se que o azevém traz ganhos para o solo, como a redução da erosão, o controle de temperatura em períodos de calor mais intensos, a redução na taxa de evaporação e sequestro de carbono, resultando em remoções de gases de efeito estufa. Observamos que com o uso dessa e de outras gramíneas nativas deixamos de utilizar herbicida (produto químico) em nossos vinhedos próprios”, explica o diretor-presidente Maurício Salton.

Com o avanço dos controles e monitoramentos, a Salton conseguiu reduzir significativamente o uso de inseticidas e de produtos químicos em geral em seus vinhedos próprios, na Campanha Gaúcha (na Azienda Domenico). Por meio da coleta de informações relevantes sobre o clima, as equipes passaram a identificar e definir, com precisão, a real necessidade de intervenções, reduzindo significativamente aplicações que se tornaram estritamente pontuais. “Todas essas informações são compartilhadas com os nossos produtores parceiros para que eles também possam replicar as intervenções em suas propriedades, evitando desperdícios”, pontua o diretor-presidente.

Em 2023, foi realizada uma única aplicação, de um litro para 0,05% da área total, em vinhedos próprios de Bento Gonçalves. Nos vinhedos da Campanha Gaúcha, a Salton inseriu no manejo fitossanitário uma gama de produtos biológicos, atuando no controle natural de fungos e bactérias. Isso também atuou na inserção de microrganismos em solo para condicionar e garantir o melhor aproveitamento de nutrientes, já que estes manejos atuam concomitantemente com químicos para garantir qualidade e produtividade em escala.

Na Azienda Domenico, a Salton possui 635 hectares, sendo 141,5 hectares de vinhedos plantados. Já em Bento Gonçalves são 63,5 hectares, dos quais 4,7 são cultivados. Somadas, as áreas de preservação permanente, de reserva legal e de vegetação nativa, totalizam mais de 157 hectares em todas as propriedades. Os resultados que detalham essas iniciativas estão presentes na segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da Vinícola Salton, divulgado em maio. O material pode ser acessado e baixado no site da vinícola – www.salton.com.br.

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul viveu a maior tragédia climática de sua história e, claro, a agricultura e a viticultura também tiveram perdas importantes. Diante disso, as equipes da Salton estão ainda mais próximas e colaborativas das famílias de agricultores que vivem este momento extremamente difícil e desafiador, visando minimizar os impactos sociais e econômicos desta catástrofe. As contribuições das equipes da Salton junto destas famílias seguirão pelos próximos meses.

A viticultura como parceira da preservação da fauna e flora

No Rio Grande do Sul, das 607 espécies da flora ameaçadas de extinção, estima-se que 250 estão presentes na Campanha Gaúcha. Encontrar alternativas para minimizar o impacto das atividades agrícolas, portanto, é de extrema relevância para o meio ambiente e também para o setor vitivinícola, visto que a Campanha Gaúcha é atualmente a segunda maior região produtora de uvas do Brasil – ficando atrás apenas da Serra Gaúcha. A Indicação de Procedência (IP) da região da Campanha abrange 14 municípios, totalizando uma área de 44 mil km2, sendo que a área de vinhedos com variedades viníferas totaliza 1.560 hectares, segundo a Embrapa Uva e Vinho com dados de 2020.

 “A manutenção das espécies vegetais do Bioma Pampa pode contribuir na proteção da superfície do solo, por exemplo, diminuindo a erosão hídrica, o que também diminui o potencial de contaminação de águas. Além disso, as espécies colaboram na ciclagem de nutrientes, que podem contribuir positivamente na nutrição da videira e produtividade de uvas. Colaboram também na manutenção e até incremento do conteúdo de carbono em solos, o que é desejado”, destaca o professor Gustavo Brunetto, engenheiro agrônomo e Doutor em Ciência do Solo, vinculado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Salton realizou nos últimos anos um estudo de mapeamento ambiental da instituição para desenvolver técnicas sustentáveis, visando a harmonia entre seus vinhedos, na Azienda Domenico (Campanha Gaúcha), com o bioma natural. Estudos de base da universidade apontaram que, diferente do cultivo de grãos e da pecuária extensiva (que são as atividades mais comuns na região), a viticultura é a que menos gera impacto ambiental no Bioma Pampa.

A atividade mantém o equilíbrio natural do Bioma Pampa, fazendo com que os vinhedos se tornem sumidouros de carbono, ou seja, absorvem CO2 da atmosfera e contribuem diretamente para preservação da fauna e flora local, evitando impactos no efeito estufa. A Salton, inclusive, já identificou quais são os corredores biológicos dos seus vinhedos. Eles estão sendo preservados dentro das suas propriedades e acabam servindo como um refúgio da flora e da fauna.

DINO

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