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Estigma com Alzheimer é uma das causas do diagnóstico tardio

Doença de Alzheimer afeta cerca de 55 milhões de pessoas no mundo.

Comemorado mundialmente no mês de setembro, a conscientização sobre o Dia Mundial do Alzheimer tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre a doença. Com isso, diversas campanhas são realizadas em todo o mundo para educar o público sobre os sintomas do Alzheimer, a importância do diagnóstico precoce e as formas de apoio disponíveis para os pacientes e suas famílias.  

Embora a Doença de Alzheimer seja frequentemente associada ao envelhecimento, ela não é apenas uma consequência natural da idade. O Alzheimer é uma condição neurológica degenerativa e progressiva que pode afetar pessoas de qualquer gênero, cultura ou classe social. Há 55 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença no mundo e aparecem cerca de 10 milhões de novos casos todo ano. Entretanto, o estigma e a falta de compreensão sobre a doença podem atrasar o diagnóstico e o tratamento, agravando os sintomas dos pacientes.  

Muitas vezes, associa-se pequenas falhas de memória ou esquecimentos no dia a dia como ‘parte natural do envelhecimento’ – o que pode ser o caso, já que existem transformações cognitivas do envelhecimento que são normais. Todavia, quando esses lapsos de memória começam a causar a sensação de prejuízo ou de desvantagem, atrapalhando a rotina, é possível que eles representem indícios de Alzheimer. 

É importante estar atento, pois embora a idade seja um dos fatores de risco da Doença de Alzheimer, ela não afeta com exclusividade os idosos. Há estudos que relatam que a ‘demência de início jovem’, em que os primeiros sintomas aparecem antes dos 65 anos, é responsável por até 9% dos casos. Ou seja, tratar o Alzheimer como uma condição que atinge apenas idosos é uma forma de reforçar seu estigma e retardar o diagnóstico.  

Os sintomas do Alzheimer podem iniciar com pequenos esquecimentos, dificuldades na memória de curto prazo e problemas em realizar tarefas cotidianas. Com o avanço da doença outros sintomas mais graves aparecem, como a perda de memória remota, irritabilidade, falhas na linguagem e prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.  

O diagnóstico precoce é um desafio crítico. De acordo com o relatório mundial da doença de Alzheimer, realizado em 2022, estima-se que 75% das pessoas com demência não são diagnosticadas. Essa estimativa pode chegar a 90% em alguns países de baixa e média renda, como o Brasil.  

Um dos motivos para este desafio é a falta de aceitação e a recusa no reconhecimento dos primeiros sinais da doença pelos pacientes. Compreender sobre a doença e aceitá-la é o primeiro passo para introduzir tratamentos que promovam a redução do declínio cognitivo, contribuindo para a manutenção de qualidade de vida, independência e produtividade do paciente. 

Segundo Tatiana Branco, Diretora Médica da Biogen, “o estigma sobre os sintomas do Alzheimer precisa ser repensado para que as pessoas olhem com mais atenção para os sinais da doença. O diagnóstico precoce pode permitir uma melhor gestão da condição, proporcionando ao paciente mais tempo para planejar o futuro e engajar-se em atividades que possam melhorar sua qualidade de vida”, conclui Tatiana.  


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