Cortinas virtuais evitam atropelamentos em operações industriais

As novas tecnologias embarcadas em veículos industriais estão reduzindo as ocorrências de acidentes em operações logísticas. Essa é a conclusão de dois estudos publicados recentemente no Tratado de Lições Aprendidas em SST (Saúde e Segurança no Trabalho), lançado na FISP 2024 – Feira Internacional de Segurança e Proteção, realizada em outubro em São Paulo.

Entre as inovações analisadas estão o sistema HIT-NOT e os faróis Blue Spot e Red Zone, cujos resultados foram monitorados pelo engenheiro Danilo Adriano de Oliveira, especialista em segurança do trabalho. “São soluções que atuam diretamente na mitigação dos riscos de atropelamento, especialmente nas interações entre empilhadeiras e pedestres, onde os pontos cegos representam um perigo constante”, afirma.

O HIT-NOT é um detector de interações entre pedestres e empilhadeiras. O sistema utiliza um campo eletromagnético criado por um gerador instalado nas empilhadeiras, que se comunica com dispositivos de alarme pessoal (P.A.D.), usados pelos pedestres. “A grande vantagem do HIT-NOT está na sua capacidade de emitir alertas visuais, sonoros e de vibração mesmo através de barreiras físicas, uma característica essencial para áreas de alta circulação e visibilidade reduzida”, explica Oliveira.

Segundo ele, o HIT-NOT é especialmente recomendado em operações onde a movimentação de cargas ocorre próxima a corredores e áreas com alto fluxo de pedestres. O raio de atuação, de até 30 metros, cria uma “cortina virtual” de segurança ao redor dos veículos e trabalhadores. Oliveira enfatiza que essa tecnologia não apenas sinaliza a presença de pedestres para os operadores, mas também possibilita que os pedestres se mantenham em zonas seguras, minimizando drasticamente os riscos de colisão.

Faróis indicam área de proteção

Outros dois dispositivos estudados pelo especialista foram os faróis Blue Spot e Red Zone, que destacam as áreas de manobra de empilhadeiras. O Blue Spot projeta um ponto azul no chão, alertando os pedestres sobre a presença do veículo mesmo antes de ele ser visto diretamente, enquanto o Red Zone cria uma linha de luz vermelha ao redor da empilhadeira, delimitando um “halo” de segurança que previne invasões não intencionais da área de risco.

“Esses faróis permitem que os operadores de empilhadeiras e outros veículos industriais mantenham uma distância segura dos pedestres, e vice-versa, proporcionando um alerta constante e intuitivo”, diz Oliveira. Ele destaca que essa solução é particularmente indicada em locais de baixa visibilidade e corredores estreitos, onde o espaço para manobras é limitado. “São medidas simples, mas de impacto direto na percepção de segurança dos trabalhadores, e já demonstraram eficácia em diversas operações industriais e logísticas”, completa.

Ganho de produtividade

Além de reduzirem significativamente o risco de acidentes, os dispositivos estudados otimizam o fluxo de trabalho nas operações logísticas, de acordo com o engenheiro. A sinalização luminosa extra, por exemplo, reduz o número de paradas para monitoramento de segurança, permitindo um fluxo mais contínuo de movimentação de materiais. Oliveira observa que “a implantação desses dispositivos leva à redução de incidentes, promovendo uma rotina de trabalho mais segura e menos sujeita a interrupções devido a acidentes”.

O especialista recomenda que cada aplicação seja precedida por uma análise de risco detalhada da operação. “Nem toda solução serve para todos os cenários. O HIT-NOT e os faróis Blue Spot e Red Zone precisam ser implementados considerando o layout específico e a dinâmica das operações”, pondera.

Os dados estudados pelo engenheiro foram disponibilizados pela AHM Solution, empresa especializada em gestão de riscos em operações logísticas, e que representa os fabricantes desses dispositivos no Brasil. De acordo com Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, além dos ganhos de segurança e produtividade, as tecnologias embarcadas em veículos industriais têm outros dois impactos positivos: “Ao evitar acidentes, essas soluções também reduzem os custos com seguros e possíveis indenizações por danos a pessoas e cargas”, conclui.

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