Especialistas explicam o que é e para que serve o AFCI

O Brasil soma mais de 4 milhões de unidades consumidoras abastecidas pela geração própria de energia solar, conforme mapeamento realizado pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) e repercutido pelo Portal Solar. Segundo os dados da entidade, as residências respondem por 70% do total de unidades consumidoras com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, com tecnologia fotovoltaica.

Estabelecimentos comerciais e de serviços (16,8%), propriedades rurais (10,2%) e indústrias (2,4%), prédios do poder público (0,5%) e serviços públicos e iluminação pública (0,1%) também utilizam a modalidade.

Para Alexandre Silva, CEO da ALLSERV ENERGIA, em um panorama de expansão da energia solar no país, um equipamento tem se mostrado essencial para detectar e interromper falhas de arco elétrico: o AFCI (Arc-Fault Circuit Interrupter – Dispositivo de Proteção contra Arco Elétrico, em tradução livre), mecanismo de segurança utilizado em sistemas elétricos, incluindo sistemas de energia solar.

Segundo Alexandre, é comum que surjam dúvidas sobre o modo como esses equipamentos funcionam junto aos inversores fotovoltaicos: “O AFCI/DPAE monitora continuamente o circuito em que está instalado para detectar padrões de corrente que indicam a formação de um arco elétrico”. 

O especialista explica que, quando o dispositivo detecta esses padrões, interrompe automaticamente o circuito, cortando o fornecimento de energia e prevenindo potenciais incêndios. De acordo com Silva, o AFCI/DPAE desempenha um papel crucial na segurança dos sistemas de energia solar por uma série de motivos:

  • Prevenção de incêndios: devido ao fato de que os sistemas solares operam com altas tensões, o risco de falhas de arco é maior. O AFCI/DPAE ajuda a minimizar esse risco, protegendo a instalação contra incêndios;
  • Conformidade com normas: em muitos países e regiões, o uso de AFCI/DPAE é obrigatório em sistemas solares fotovoltaicos, especialmente em instalações comerciais e residenciais, para atender a regulamentações de segurança;
  • Proteção de investimento: ao prevenir danos causados por falhas elétricas e incêndios, o AFCI/DPAE protege o investimento no sistema solar e contribui para a longevidade dos equipamentos;
  • Tranquilidade para o usuário: o equipamento oferece segurança adicional ao proprietário do sistema, garantindo que a instalação esteja protegida contra perigos elétricos ocultos.

Iniciativa com AFCI

Fundada em 2004, a ALLSERV ENERGIA iniciou suas atividades no segmento de redes de dados, telecomunicações e instalações elétricas e em 2018 iniciou no segmento solar. Já em 2020, a empresa passou a fornecer e instalar apenas inversores fotovoltaicos trifásicos equipados com dispositivos de AFCI. Assim, tornou-se integradora – como são chamadas as empresas instaladoras de sistemas de energia solar – ao fornecer e instalar somente  inversores fotovoltaicos com proteção contra o arco elétrico.

“Esta medida foi adotada antes mesmo que órgãos como o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e os corpos de bombeiros estaduais começassem a discutir a importância desses dispositivos”, reporta Anderson Silva, CTO da ALLSERV ENERGIA. “Assim, nos tornamos uma das primeiras integradoras no Brasil a fornecer e instalar exclusivamente inversores trifásicos com AFCI”, afirma.

Sistemas de proteção, como o AFCI, já são exigidos em mercados mais “maduros” como EUA e países da Europa desde 2014. Nos Estados Unidos, a exigência de dispositivos de AFCI em inversores fotovoltaicos foi implementada na versão de 2011 do NEC (National Electrical Code). A norma, atualizada a cada três anos pela NFPA (National Fire Protection Association), visa aumentar a segurança das instalações solares, prevenindo incêndios causados por falhas de arcos elétricos.

No Brasil, a NBR 5410 passará a recomendar o interruptor de falha de arco na próxima atualização, que deve ser publicada ainda em 2024. “Como aconteceu com o DR e o DPS, essa recomendação tende a se tornar uma obrigatoriedade em alguns anos”, ressalta Silva.

A determinação é prevista na Portaria 515/2023 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), publicada em 14 de novembro de 2023 no DOU (Diário Oficial da União). Os inversores fotovoltaicos homologados no Brasil deverão contar com dispositivos de proteção contra interrupção de arco elétrico a partir de 1º de dezembro de 2024.

Para mais informações, basta acessar: https://allservenergia.com.br/

DINO

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