Além do salário: a desigualdade de gênero persiste

Ao longo do desenvolvimento da sociedade, as mulheres enfrentaram e ainda enfrentam desafios no âmbito pessoal e profissional. Conciliar as funções do cotidiano já pode ser considerado uma batalha, ainda mais quando reconhecimento profissional e salário não são igualitários: em 2022, a diferença de remuneração entre homens e mulheres era de 22%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outro fator preocupante é a taxa de desemprego delas, que foi 53,3% maior que a deles, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2023.  

“A questão da luta das mulheres no ambiente de trabalho é discutida há muito tempo. Não podemos dizer que há uma solução rápida para isso, pois envolve várias questões culturais profundamente enraizadas em nossa sociedade que, naturalmente, se refletem no mercado de trabalho”, observa Andrea Felgueiras, Gerente Executiva de Marketing B2C no ManpowerGroup Brasil, uma consultoria em soluções de força de trabalho.

Mas, o que de fato as empresas com um olhar atento podem fazer para amenizar os desafios das mulheres no mercado de trabalho e fortalecer a presença feminina? 

O ManpowerGroup divulgou em 2022 um estudo que mergulhava nestas exatas questões, e trouxe diretrizes para apoiar empresas no fortalecimento feminino. Segundo o relatório What Women Want (at Work), 85% das trabalhadoras querem autonomia para escolher o que funciona melhor para elas, 80% querem gerentes e equipes que as apoiem, 70% querem oportunidades para desenvolver suas carreiras e 49% querem mais autonomia e flexibilidade. 

“O mercado de trabalho tem apresentado soluções para promover a equidade entre mulheres e homens, como a equiparação salarial, as vagas afirmativas e a maior representatividade. No entanto, é importante considerar mais do que esses pontos. É preciso também refletir sobre o bem-estar das colaboradoras”, ressalta Felgueiras. 

A economista Claudia Goldin, que ganhou o prêmio Nobel da Economia de 2023, estuda a desigualdade de gênero desde 1980 e afirma que as mulheres optam por vagas com mais flexibilidade, em consequência das demais atribuições — por exemplo, a maternidade.  

Andrea destaca a importância de capacitar as lideranças para poderem abordar de maneira equânime e legítima as questões relacionadas ao papel da mulher e sua contribuição no mundo corporativo. Isso inclui traçar perspectivas para mulheres em cargos de alta gestão, fornecer capacitação e mentoria. “Muitas profissionais enfrentam jornadas duplas e têm dificuldades significativas para se recolocar no mercado. Por isso, é importante apoiar ações de desenvolvimento e oferecer benefícios de maneira equitativa, como planejamento familiar, licença maternidade, e oportunidades de desenvolvimento e movimentação profissional, sempre atentos às questões de saúde mental”, explica. 

Simultaneamente, a gerente recomenda que a empresa analise o cenário atual para identificar quais ações podem ser implementadas. A complementaridade que as mulheres podem trazer, tanto em cargos de liderança quanto em outras posições, favorecerá provavelmente o crescimento e o fortalecimento do negócio. Entender as colaboradoras de maneira mais eficaz e equitativa, não apenas quantitativamente, mas também em termos de perfil e objetivos profissionais, ajudará certamente a criar um plano estratégico mais amplo e alinhado à realidade atual do mundo corporativo, que reflete e absorve a realidade da sociedade. 

Andrea Felgueiras ainda destaca a importância da conscientização sobre questões críticas no ambiente de trabalho, como o assédio, que infelizmente ainda persiste em diversos contextos: “é fundamental que as lideranças sejam treinadas sobre os princípios de respeito e confiança, e que a cultura organizacional seja fortalecida com base nesses valores, para evitar e enfrentar casos de assédio”, complementa.

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