A dança, quando praticada como atividade física, ajuda na elasticidade muscular e nos movimentos articulares, diminui o risco de doenças cardiovasculares, problemas no aparelho locomotor e reduz sintomas de pressão. Para se ter ideia do tamanho dos benefícios que pode oferecer, um importante estudo, publicado em 2003, revelou que a dança pode estar associada à redução do risco de demência. Além disso, a dança vem sendo cada vez mais utilizada como uma prática terapêutica, oferecendo uma nova dimensão de cuidado e bem-estar para aqueles que a praticam.
Conhecida como dançaterapia ou terapia pela dança e movimento (DMT – Dance Movement Therapy), esta abordagem utiliza o movimento e a expressão corporal para promover a integração física, emocional, cognitiva e social de uma pessoa.
De acordo com Nathalia de Luna, bailarina, professora de dança e dance coach assistente na Windermere High School, nos EUA, o método proporciona um meio para a expressão emocional, permitindo que as pessoas liberem sentimentos reprimidos e se conectem com suas emoções de uma maneira saudável. “Dançar libera endorfinas, os hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar, e promove uma sensação geral de felicidade e satisfação”, explica.
A professora de dança ainda complementa:”dançaterapia é utilizada em uma variedade de contextos clínicos, incluindo hospitais, centros de reabilitação, escolas e instituições de saúde mental. Ela pode ser especialmente benéfica para pessoas com condições como autismo, transtornos de ansiedade, depressão e traumas”.
Hoje já é possível contar com terapeutas certificados que utilizam a dança como uma forma de tratamento complementar, trabalhando com pacientes para alcançar metas específicas de saúde e bem-estar. “A dançaterapia é uma abordagem holística que reconhece a interconexão entre corpo e mente. Ao promover o movimento como uma forma de expressão e cura, ela oferece um caminho único para melhorar a saúde, seja em um contexto clínico ou em um ambiente comunitário”, pontua Luna.
Benefícios cognitivos e sociais
Segundo Luna, além do contexto clínico, a dançaterapia ainda trabalha a parte cognitiva e social. Como dançar envolve a aprendizagem de passos e coreografias, isso estimula a memória e as habilidades cognitivas. A atenção aos detalhes dos movimentos e a necessidade de lembrar sequências coreográficas ajudam a manter a mente ativa e engajada.
“Do lado social, participar de aulas de dança em grupo, por exemplo, traz oportunidades de socialização, pois os encontros para a prática envolvem cooperação, comunicação e empatia entre os participantes. Para pessoas que se sentem isoladas ou solitárias, a dança pode ser uma forma de conectar-se com os outros e construir uma rede de apoio social”, finaliza.
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