O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se tornado mais frequente, destacando uma maior conscientização da sociedade e um melhor acesso ao diagnóstico especializado. Nos Estados Unidos, estudos revelam que a taxa de diagnósticos subiu de um caso para cada 10.000 crianças na década de 1970 para um em cada 36 em 2022. No Brasil, onde não há estatísticas oficiais sobre o transtorno, estima-se que cerca de 4 milhões de brasileiros possam estar no espectro, evidenciando a necessidade de políticas de apoio e inclusão.
A crescente identificação de casos tem impulsionado mudanças em espaços públicos e privados, visando atender às necessidades específicas das pessoas com TEA. Em locais como estádios de futebol, por exemplo, foram criadas áreas com controle sensorial para que autistas possam assistir a eventos em um ambiente adequado e menos estimulante. “Esse tipo de adaptação é fundamental para acolhermos de forma digna todas as pessoas, ampliando o conceito de inclusão”, ressalta Pedro Pierro Neto, neurocirurgião.
Especialistas alertam que a identificação precoce e o acompanhamento constante são cruciais para o desenvolvimento de habilidades motoras e sociais de crianças no espectro. “Quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, melhores serão os resultados para o desenvolvimento da criança”, comenta Guilherme Polanczyk, psiquiatra e professor da USP. Na prática, a conscientização sobre o transtorno também tem crescido com o apoio de figuras públicas, como o apresentador Marcos Mion, que discute frequentemente a inclusão e o respeito às diferenças nas redes sociais.
Adultos diagnosticados tardiamente, como o psiquiatra Alexandre Valverde, também relatam melhorias significativas em suas vidas após a descoberta do transtorno. “Entender a condição ajudou a melhorar minha qualidade de vida e a lidar melhor com as dificuldades cotidianas”, observa Valverde, que agora usa sua experiência para sensibilizar outras pessoas sobre o tema. “O avanço na conscientização e nas adaptações sociais tem sido um passo importante para que indivíduos com TEA, de diferentes idades, recebam o suporte necessário para alcançar qualidade de vida e independência”, afirma Valverde.
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