Projeto Engenhoka leva robótica a escolas públicas

O Instituto Burburinho Cultural, especializado em produção cultural e gestão criativa, está implementando em seis instituições públicas de ensino de São Paulo e Rio de Janeiro o projeto Engenhoka (@projetoengenhoka), que incentiva o aprendizado em robótica educacional através das artes visuais. O Engenhoka foi inteiramente desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, ao longo de dois anos, sob a gestão do Instituto Burburinho Cultural.  O objetivo é ampliar a formação dos estudantes no campo da tecnologia e da arte por meio da cultura maker. O primeiro ciclo começou em agosto e será encerrado em dezembro. Os 400 alunos envolvidos estão aprendendo aspectos da mecânica e eletrônica, ao mesmo tempo em que são apresentados ao trabalho de artistas como Leonardo da Vinci, Marcel Duchamp, Lygia Clark, Abraham Palatnik e muitos outros, do século 15 até os dias atuais.

No primeiro ano, a formação pretende impactar 400 alunos matriculados em instituições de ensino – são quatro em São Paulo e duas no Rio de Janeiro – que participam de aulas em estúdios makers exclusivamente montados para o curso. Os estúdios são equipados com impressoras 3D, tablets, mobiliário, livros e material pedagógico inédito, especialmente desenvolvidos para o projeto Engenhoka. Uma parte dos alunos beneficiados já concluiu os módulos teóricos, passando para a fase “mão na massa”. Nessa etapa, eles estão criando, por exemplo, um pássaro autômato e uma luminária.

“Esse é o nosso primeiro projeto de cultura maker, que une o ensino de robótica às artes visuais em escolas públicas. Temos marcas como Fundação Siemens, Google, Simpress, Digix, e Wilson Sons comprometidas com o propósito de ensinar os alunos a criarem robôs, ao mesmo tempo em que fazem esculturas. Nossa ideia é diluir as fronteiras entre a ciência e as artes, desfazendo a crença de que são mundos completamente opostos”, afirma o diretor de projetos do Burburinho, Thiago Ramires, que coordena a equipe multidisciplinar com profissionais de dentro e fora do Brasil. “O Engenhoka comprova que é possível ensinar ciência a um só tempo, e interligada à arte visual”, acrescenta.

A edtech Picode, especializada em cultura maker aplicada à pedagogia, é a responsável pela criação da linha do tempo usada como fio condutor das atividades. A jornada visa despertar a curiosidade e a sensibilidade dos alunos através módulos com desafios constantes. No total, são 40 horas de práticas no contraturno das aulas. A curadoria artística é de Fabiana Moraes, doutora em comunicação e cultura, mestre em estética e ciências da arte, há 20 anos radicada na França.

O projeto parte de aspectos da robótica, como mecânica e eletrônica, para reforçar os conceitos em trabalhos de artistas visuais emblemáticos por mudar paradigmas. De Leonardo da Vinci (século 15) até Alexander Calder (século 20), alcançando Vik Muniz, nos dias atuais, o arco é amplo o suficiente para demonstrar aos estudantes aspectos diversos nas artes visuais. As aulas também terão referências a Joan Miró, Marcel Duchamp, László Moholy-Nagy, Sérvulo Esmeraldo, Abraham Palatnik, Lygia Clark e Vik Muniz.

“Relacionamos arte e ciência a partir do conceito de movimento, que orientou as pesquisas científica e artística em alguns momentos da história no Ocidente. A ênfase é a Arte Cinética no Brasil, com nomes como Abraham Palatnik, Lygia Clark e Sérvulo Esmeraldo”, ressalta a curadora.

Na ETEC Professora Ermelinda Giannini Teixeira, localizada em Santana de Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, o projeto inicial é a recriação da obra “Caminhando”, da artista plástica brasileira Lygia Clark. “Nas primeiras semanas, trabalhamos conceitos da arte com a leitura do material didático, que é de alta qualidade”, diz Victor Hugo Fagundes Santos, professor na escola. “Os alunos realmente querem aprender, estão engajados e vivendo a expectativa de participar do projeto”, destaca Luzia Cintra, coordenadora da ETEC. “Todos ganham: os alunos, os professores e a própria escola. Temos um entrosamento que é bastante positivo”. 

O Engenhoka também ilustra o comprometimento da iniciativa privada com o desenvolvimento socioeducativo dos alunos da rede pública. “A Fundação Siemens acredita firmemente que um futuro sustentável depende de uma educação de qualidade, o que podemos alcançar por meio de projetos que oferecem autonomia e raciocínio crítico às novas gerações”, observa Juliana Solai, coordenadora de sustentabilidade da Fundação Siemens. “O projeto Engenhoka é uma prova de que podemos pensar a tecnologia integrada ao contexto social nas escolas, abrindo as portas de um futuro melhor para os jovens estudantes de escolas públicas por meio da arte e da inovação”, completa Solai.

Aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Engenhoka é realizado pela Burburinho Cultural e pelo Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução. Na capital fluminense, o programa vem sendo realizado no Colégio Estadual Souza Aguiar; em Niterói, no Colégio Estadual Zuleika Raposo Valadares. Em São Paulo, além da ETEC de Santana de Parnaíba, o projeto alcança a EMEF Jayro Ramos, em Pirituba, Zona Norte da capital paulista. Em Jundiaí, no interior do estado, a escola contemplada é a EE Alessandra Cristina Rodrigues de O. Pezzato; na Baixada Santista, o projeto será na EM. Dr. Gladston Jafet, no Guarujá.

Boca no Trombone

O Portal BnT foi criado em 2021 e trata sobre diversos temas que afetam você e toda a comunidade de Ponta Grossa e região

Artigos recentes

Motoboy colide com ambulância do SAMU em Ponta Grossa e sofre graves ferimentos

Motoboy de 24 anos colide com ambulância do SAMU em Ponta Grossa, sofre fratura e…

% dias atrás

Ministério regulamenta uso gradativo da força pela polícia

O Ministro Lewandowski assinou portaria sobre o uso gradativo da força policial, com normas baseadas…

% dias atrás

Porto Amazonas terá R$ 2,4 milhões para projeto turístico de impacto estadual

Projeto pode transformar potencial natural em destino atrativo com a nova 'Prainha' e destacar Porto…

% dias atrás

Prefeitura confirma data da 42ª Festa da Uva, que começa na próxima sexta (24)

Conhecida como Fesuva, promoção da Prefeitura de Ponta Grossa vai reunir mais de 40 produtores…

% dias atrás

Primo de jogador do Flamengo é um dos mortos em confronto policial em PG

Wesley Borges, primo de Léo Pereira do Flamengo, morreu em confronto com a polícia em…

% dias atrás

Motorista perde controle e bate veículo em muro deixando crianças feridas em PG

O acidente ocorreu na Rua Lourenço Leuzinski, na Vila Auto Alegre. Apesar da gravidade, todos…

% dias atrás

Esse site utiliza cookies.

Política de Privacidade