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A “München Fest” deveria acabar, por Roberto Ferensovicz

Não é ser saudosista, é apenas uma constatação, quando era mais “jovenzinho”, porque jovem ainda sou, fui em diversas “Münchenfest”. Na primeira inclusive, show da Rosana, para quem não sabe, a primeira “Festa Nacional do Chopp Escuro”, foi no barracão da antiga Rede Ferroviária, onde fica hoje o Terminal Central de ônibus. Lembram? 

Somente a partir da 10° edição que o chopp claro entrou na festa.

Na época os preparativos para a festa começavam bem antes, e nos dias que antecediam a mesma, a cidade se preparava para o evento. Os hotéis recebiam turistas de várias partes do Brasil, algumas lojas eram enfeitadas com o tema da festa alemã, funcionários das lojas se caracterizam de alemão/alemã, a sangria do primeiro barril de chopp no Banco do Brasil era um evento, se hoje tem não vi notícias, assim como o desfile era grandioso. 

Íamos com os amigos de ônibus, eram diversas viagens quase todas praticamente lotadas, os estacionamentos cheios,inclusive com diversos ônibus que vinham de outras cidades.

Além do mais os shows de grupos/conjuntos que eram atrações nacionais rock, axé, samba, MPB, e até atrações internacionais, tinham as bandas alemãs, a Banda Götz Buam vinha diretamente da Alemanha e os foliões se divertiam a noite toda no salão que ficava lotado (cuida bem, cuida bem da sua marreca, quem não lembra?). Enfim, a Münchenfest era realmente uma festa, além dos jovens que eram a maioria é claro, a festa era bastante frequentada pelas famílias.

Hoje a Münchenfest virou um festival de música sertaneja. nada contra, pelo contrário, acho que temos público para todos os gostos, no dia da Ana Castela vai bombar, muita criançada inclusive, aliás, esse show deveria ser no final da tarde de domingo para que os pais pudessem levar pequenos com tranquilidade e segurança. Mas, cadê a variedade de shows? Cadê o envolvimento da comunidade, dos lojistas, artesãos, do setor culinário?

Enfim, muita coisa se perdeu ao longo desses mais de 30 anos de Münchenfest e na minha humilde opinião, ou se recupera o espírito da festa alemã ou se muda o nome para Fest Chopp que não tem nada haver com Munique.

*o idealizador da festa do chopp foi do mestre cervejeiro da Antártica, Jan Strassburger, na época o então prefeito, Pedro Wosgrau Filho embarcou na ideia e a transformou em uma grandiosa festa.

Leia também: Banda NX Zero agita o terceiro dia da München Fest em Ponta Grossa

Roberto Ferensovicz

Servidor público municipal há 28 anos. Vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (SindServ-PG)

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