Categorias: BrasilDestaque

Adiado julgamento do caso de repórter que perdeu olho em manifestação

O julgamento do caso do repórter fotográfico Sérgio Silva, que seria hoje (29), no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi adiado, sem marcação de nova data. A justificativa apresentada pela corte foi a de se definir, antes, qual será a composição da divisão que irá decidir o rumo do processo.

Silva aguarda uma conclusão do processo há quase uma década. O repórter perdeu o olho esquerdo após ter sido ferido com uma bala de borracha disparada por um policial militar, em junho de 2013. Na ocasião, ele cobria, na condição de profissional de imprensa, um ato contra os aumentos da tarifa de transporte público, na capital paulista.

Conforme detalhou o advogado Maurício Vasquez, que representa o repórter, o que aconteceu foi que, quando o pedido de reconsideração do acórdão chegou à 9ª Câmara de Direito Público, a composição desta havia mudado.

Leia também:
Coren-PR vai até Brasília para exigir piso salarial para enfermeiras

“Novos juízes haviam entrado na Câmara. A composição dos três que iriam julgar ficou diferente e, por conta disso, Sérgio Silva e também o representante do Estado pretendiam sustentar oralmente para expor as razões de cada um. No entanto, o relator preferiu retirar de pauta, porque a composição anterior poderia ser refeita, porque os mesmos integrantes continuam na mesma Câmara. Então, vão analisar se é o caso de manter como foi apresentada hoje ou se vão retomar a composição primeira e, com isso, impedir a sustentação oral e julgar o processo no estado em que se encontra”, explicou.

Em entrevista à Agência Brasil, o advogado disse que há possibilidade de o processo ser retomado na próxima quarta-feira, mas que não há certeza sobre o prazo, que pode ser maior.

Para Silva, a delonga de hoje é “mais um capítulo da violência”. “Cada dia que passa é como se esses dez anos tivessem um peso ainda maior. É muito violento você ter que lembrar o que aconteceu, ficar sustentando uma defesa de algo muito óbvio. Isso vai alimentando um trauma que é muito difícil de esquecer. Então, o tempo, ele perpetua essa violência que aconteceu lá atrás, em 2013. É muito difícil aceitar uma decisão como essa, ainda mais numa situação que, há muito tempo, já começo estava clara, essa formação de quem estaria aqui hoje, presente, e, na hora de se tomar uma decisão, se decide algo diferente”, criticou.

São Paulo (SP), 29/03/2023 - O fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu a visão ao ser alvejado por bala de borracha num protesto em 2013, e seu advogado, Maurício Vasques, no Palácio da Justiça, onde teve novo julgamento adiado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasilmore
Agência Brasil

A Agência Brasil é uma agência de notícias brasileira. Faz parte da Empresa Brasileira de Comunicação

Artigos recentes

Mulher espancada com o próprio celular após marido ler mensagem

Depois de bater na mulher, o homem saiu de casa levando o filho de um…

% dias atrás

Atletas de Tibagi conquistam seis ouros no Campeonato Paranaense de Powerlifting

Competição faz parte da seletiva para o Brasileiro 2025. Tibagi teve cinco atletas participando, todos…

% dias atrás

Homem condenado a 21 anos de reclusão é preso em PG

O detido foi encaminhado ao sistema prisional e permanecerá à disposição da Justiça para o…

% dias atrás

Eleição para presidente da OAB de Ponta Grossa ocorre nesta sexta-feira (22)

Votação ocorre das 09h às 17h, de forma exclusivamente on-line; veja propostas das candidatas à…

% dias atrás

Educação: cidade da região recebe auditoria do Tribunal de Contas

Com ações fiscalizatórias como essa, o TCE-PR é capaz de examinar de forma independente a…

% dias atrás

Incêndios: ano já teve o dobro de ocorrências de 2023

No total acumulado do ano, até o dia 18 de novembro, o Paraná registrou 13.247…

% dias atrás

Esse site utiliza cookies.

Política de Privacidade