Escola Municipal Marechal Deodoro Alves Quintiliano levou alunos para visitar a comunidade de remanescentes quilombolas, comemorando os 200 anos de Ponta Grossa.
Uma ação da Escola Municipal Marechal Deodoro Alves Quintiliano, no Cará-Cará, levou os alunos para conhecer, brincar e aprender mais sobre a comunidade quilombola Santa Cruz, no distrito de Guaragi. O objetivo da visita foi apresentar símbolos da cultura negra, integrar os estudantes e apresentar a região onde moram alguns dos colegas que estudam na escola.
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O ‘Projeto Raízes’ também celebra os 200 anos de Ponta Grossa e a importância da comunidade e da cultura negra na construção da diversidade cultural do município. A localidade fica a aproximadamente 15 quilômetros da unidade escolar, onde estudam 110 alunos. Destes, 24 moram nas comunidades rurais, incluindo as comunidades quilombola e a colônia russa.
Conforme a diretora da escola, Giovane Antoniacomi, proporcionar um espaço de aprendizagem entre diferentes costumes e comunidades faz a escola ser um ambiente rico em vivências. “Quanto mais trabalhamos a diversidade, mais a criança aprende o respeito às diferenças. As comunidades quilombolas e russa, juntamente com a comunidade em torno da escola, convivem em harmonia. Nosso objetivo é que esse respeito e convivência reverbere para fora dos portões da escola”, relata.
Durante o evento, os alunos realizaram apresentações de poesia, dança, música, capoeira e trabalhos manuais, finalizando com uma feijoada, sempre destacando a cultura negra. A prefeita Elizabeth Schmidt também visitou Santa Cruz junto com os alunos. “Eu vi aqui algo único, uma vibração entre a escola e este local, rico em histórias e cheio de vida. Foi uma aula magnífica sobre a nossa cultura, construída ao longo desses 200 anos, com enorme influência da cultura negra. Um lindo momento para todos, alunos e adultos”, elogiou a prefeita.
Adriele Crislaine de Jesus é moradora na região e também motorista do transporte escolar. Desta vez não foi ela que levou os estudantes à escola, foram os alunos que visitaram a comunidade. “Para nós é muito gratificante, porque a gente está vendo que a comunidade está sendo reconhecida e visitada. E poderíamos ter ainda mais visitantes, porque tem pessoas que ainda não sabem que temos comunidades negras em Ponta Grossa”, sugere ela.
A secretária de Educação, professora Simone Pereira Neves, destaca a integração entre escola e comunidade. “É muito importante esse reconhecimento mútuo entre a comunidade e a escola, valorizando as contribuições de cada uma para a vida das crianças, humanizando essa vivência e sempre tendo em vista o aprendizado dos alunos”, comenta Simone.
Encontro entre culturas na escola
A escola do Cará-Cará representa um espaço de convivência entre diferentes culturas. Juntos, estudam os alunos moradores do bairro, que possui indústrias, um aeroporto e fica junto à zona rural, próximo ao rio Tibagi, ponto de pescaria e extração de areia. No espaço escolar, eles se encontram com os moradores das comunidades quilombolas Santa Cruz e Sutil, além das crianças que vivem na Colônia dos imigrantes russos, também chamada Santa Cruz.
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