O ano parecia não ter começado. Entrou janeiro, fevereiro, março e não havia um calendário para lhe fazer gentil espelhamento de cada mês. O desconforto começou no ano anterior. Aquele ano, o anterior a este que quase já foi embora e daqui a pouco já será o anterior do anterior, não recebeu a visita de um novo calendário. Um descuido de quem deixou que o ano escoasse sobre si mesmo sem se refletir nas folhas do papel impresso. Senti culpa, tanto descaso deixar o ano sozinho. Fui displicente e agora ele acaba sem calendário. Temo que nunca mais me perdoe e daqui a uns vintes anos venha me cobrar pelo buraco cravado no vão do tempo quando falta, feito o regente na batuta da orquestra que não veio. Em cada dia a displicência e a indolência a minar a autoconfiança em ser merecedora do tempo que por mim passou afetado pelo que não foi marcado. Sem remorsos, sem restrições por eu não ter sido camarada contigo, calendário amigo, não me abandone, também me consome a ausência das tuas folhas.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
Leia também: Clubes se manifestam após zagueiro Léo Pelé ser alvo de racismo no ‘Athletiba’
Recicla PG já recolheu mais de 800 kg de recicláveis em menos de um mês…
No Dia das Mães, pesquisadora da UEPG propõe romper o ideal romantizado da maternidade e…
Cinco homens foram indiciados por participação direta e indireta nos crimes ambientais; trator avaliado em…
Confira as principais notícias policiais das últimas horas em Ponta Grossa e região.
Sonda soviética lançada em 1972 pesa 500 kg e pode sobreviver à reentrada na atmosfera;…
O advogado Yuri Kozan reconheceu que a conduta do rapaz foi reprovável, mas negou que…
Esse site utiliza cookies.
Política de Privacidade