As empresas ficarão responsáveis pelo gerenciamento administrativo e de serviços terceirizados, enquanto a gestão pedagógica continuará sob a responsabilidade dos professores e diretores do Estado, alega o Governo.
Ocorreu na noite de terça-feira (04) Audiência Pública sobre o Projeto de Lei 345/2024 que institui o projeto “Parceiro das Escolas” de autoria do Governador Ratinho Júnior (PSD) que quer privatizar a gestão da educação pública no Paraná.
O evento foi mediado por Guilherme Mazer (PT), co-vereador do Mandato Coletivo de Ponta Grossa. E a mesa foi composta por Professora Andréia, secretária geral da APP Sindicato e membra do comando de greve estadual; Josi Kieras (PT), co-vereadora do Mandato Coletivo de Ponta Grossa; Christoffer Nascimento, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Ponta Grossa; Letícia Vaz, representante da União Paranaense dos Estudantes (UPE) e Victor Leonardo, representante da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES).
Com cerca de mais de 120 pessoas presentes, a mesa do evento explicou a intenção do Governo do Paraná de privatizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas estaduais mediante parceria com empresas.
Durante a Audiência foram feitas falas contrária ao PL 345/2024 como afirmou Josi Kieras: “Educação, segurança e saúde é por conta do estado e o estado que vai dar conta. O que uma empresa faz? Contenção de gastos. E qual vai ser nas escolas? Na merenda, nos uniformes ruins. Se der esses 800 reais por aluno para o diretor que foi eleito e escolhido pela comunidade, imagine o que ele pode fazer. Hoje eles têm em média entre 14 e 25 reais por aluno e se doam inteiro pela escola. Com os 800 reais por aluno que eles estão propondo dar para a empresa privada, esse diretor ia conseguir o melhor possível pela sua instituição. Porque diferente da empresa, ele não visa lucro”.
A Professora Andréia da APP Sindicato ainda explicou as consequências negativas da possível aprovação do PL como a precarização do trabalho dos professores, o lucro que as empresas privadas terão em cima do desmonte da educação paranaense a partir de dinheiro público e a falta de transparência da gestão das instituições.
Após abertura para fala do público presente, muitos concordaram com as falas dos componentes da mesa e tiraram suas dúvidas sobre o assunto.
“Audiências públicas são essenciais para garantir transparência e participação popular. Hoje queremos proteger o direito à educação de qualidade para todos e prevenir a exclusão social decorrente da privatização. O projeto do Ratinho destrói a educação pública e o desmonte das escolas vem a troco de mais dinheiro para seus amigos poderosos, não pensando e lutando pelos estudantes, professores e gestores das comunidades de cada instituição.”, completa Guilherme Mazer
Ele acredita que, depois do evento de ontem, ficaram explícitas as inúmeras desvantagens desse Projeto de Lei e quão danoso ele será para a educação do Paraná.
Um novo levantamento da Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) aponta que 97% dos docentes da rede de ensino compareceram às salas de aula nesta quarta-feira (05). A greve foi suspensa pelo Tribunal de Justiça durante o feriado de Corpus Christi, com uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A lei foi sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior na noite desta terça-feira (05).
As empresas ficarão responsáveis pelo gerenciamento administrativo e de serviços terceirizados, enquanto a gestão pedagógica continuará sob a responsabilidade dos professores e diretores do Estado, alega o Governo.
Com informações AEN
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