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Bananas contadas, por Renata Regis Florisbelo

Trocados contados, papel amassado. Nem precisa mais de papel, as cédulas surradas sumiram para dar espaço ao cartão plástico de banco e deles extraído o resquício da sobra da conta do mês. Na passagem pelos corredores do mercado vai somando o que se pode comprar. Aperta aqui, aproveita uma promoção ali e o carrinho, ou cestinha, vai ganhando contornos coloridos e itens salvos para irem habitar a casa daquele que empunha o esvaziado carrinho. O quinhão da adição que se deseja para acolher o máximo de itens com o mínimo daquelas notas velhas e amassadas empunhadas. E na seção de perecíveis as fibras vegetais ganham espichamento máximo que se façam prolongar na semana até o próximo dia de empunhar, novamente o incontrolável carrinho. As bananas, adquiridas em pencas, são rigorosamente contadas, seis unidades, uma para cada dia da semana: segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado. Domingo é dia de folga.

Autoria: Renata Regis Florisbelo

Renata Regis Florisbelo

É escritora, autora de 16 livros (o 17º já esta em trabalho de parto) e catalisadora cultural. Divulga poemas curtos, diariamente, nas redes sociais desde 2014. Tem mais de 690 textos publicados nos veículos de comunicação dos Campos Gerais, incluindo os vídeos com leituras interpretativas autorais produzidos para o BNT. É integrante da Academia de Letras dos Campos Gerais, do Centro Cultural Professor Faris Michaele (atual presidente), da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes, do Centro de Letras do Paraná e patronesse da Academia de Letras do Centro do Paraná. Encontra na arte seu nicho por onde desvelar seu melhor olhar para o mundo.