Batata da perna, por Renata Regis Florisbelo

Teria o escritor o direito de usar a literatura para revelar segredos? Publicar num livro? Inda disfarça e usa a desculpa que é ficção. Mentira! Já vi casos que nem os nomes foram trocados. Já escrevi textos que nem os nomes me dei ao trabalho de trocar.

O homem de porte atlético com seus trajes de uniforme impecáveis andava com elegância e firmeza, afinal um uniforme precisa ser portado como quem carrega um troféu. Condicionamento físico e músculos esculpidos. Ele era mesmo um festival de músculos torneados como se fossem entalhados à mão. Quando nos momentos mais íntimos com suas pretendentes fazia questão absoluta de exibir a batata da perna, não sem antes contrai-la de modo a exaltar os músculos. Segundo ele, os mais difíceis de serem trabalhados e rara condição de desenvoltura igual a dele era encontrada em outros homens.

Pensando bem, ninguém quer saber o que realmente aconteceu, importa é que todos os fatos pareçam serem seus.

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