Malfadado, desacorçoado, mal-afamado, estropiado, furado, condenado, rasgado. Ninguém se importa com ele, por outro lado, esperam que lhe seja, fielmente, funcional. Receberia em seu dorso todo o peso da culpa, dos infortúnios, afinal, o culpado era ele por se manter sempre tão vazio. Nem uma moedinha sequer, nem para a esmola. Justiça lhe seja requerida e concedida! Ele, o bolso, carrega uma má fama pelas vicissitudes do portador, que é de amargar. Justiça se lhe conceda, aqui o protagonista. O que vai por esses bolsos? A bolsa, surgida depois, refinada, sofisticada e tornada marca de identidade e de status, como um bolso que se auto emancipou, desgarrou-se e seguiu independente daquela veste.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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