O tenente-coronel do Exército Mauro Cid presta depoimento no Supremo Tribunal Federal neste exato momento, sobre a tentativa de Golpe de Estado nas Eleições 2022. Em seu depoimento, ele relatou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso à minuta do golpe em duas oportunidades, por meio de seu ex-assessor, Felipe martins, preso em Ponta Grossa.
Cid confirmou que pelo menos duas reuniões ocorreram onde Felipe Martins, ex-assessor especial para assuntos internacionais do presidente, apresentou a proposta golpista ao ex-chefe do Executivo. Segundo o relato do tenente-coronel, Bolsonaro leu a minuta e sugeriu modificações no conteúdo apresentado.
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“O documento era dividido em duas partes. A primeira consistia em considerandos que totalizavam entre dez e doze páginas. Esses considerandos detalhavam as supostas interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na administração de Bolsonaro e no processo eleitoral. A segunda parte abordava aspectos jurídicos, incluindo propostas para estados de defesa e sítio, bem como a prisão de autoridades”, afirmou Cid durante seu depoimento.
O tenente-coronel também assegurou que não enfrentou pressão para assinar seu acordo de delação premiada e reiterou: “Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”.
O ex-assessor
Felipe Martins foi alvo da Polícia Federal em 2024 e foi encontrado no apartamento de sua namorada, em Ponta Grossa, durante cumprimento de mandado de prisão. Ele havia sido denunciado à Justiça pelo Ministério Público no Distrito Federal por um gesto racista por um gesto feito por ele em uma sessão no Senado, em março de 2021.
Em dezembro do ano passado, ele foi condenado pelo gesto racista, decisão proferida pelo juiz David Wilson de Abreu Pardo, da 12ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Brasília.
Depoimentos
O interrogatório conta com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, além das defesas dos outros acusados, que puderam questionar os réus. O depoimento está programado para se estender até às 20h.
Interrogatórios adicionais estão agendados entre os dias 9 e 13 de junho, quando Alexandre de Moraes interrogará Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis indivíduos envolvidos no que é considerado o “núcleo crucial” da tentativa de impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após os resultados eleitorais de 2022.
A ordem dos depoimentos inclui:
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro durante o governo Bolsonaro.
*Com informações da Agência Brasil
