Categorias: Economia

Carne bovina tem queda de preço

Em um cenário que se desenha promissor para os consumidores brasileiros, os preços da carne bovina começam a apresentar sinais de redução em 2025. A expectativa é de que essa tendência se mantenha ao longo do primeiro semestre do ano, impulsionada por um aumento na produtividade e pelo abate de fêmeas, em meio a um ciclo pecuário que aponta para uma diminuição na oferta de gado.

Dados recentes indicam que o valor da arroba do boi no estado de São Paulo, que havia ultrapassado os R$ 350 em novembro do ano anterior, já recuou para cerca de R$ 320. Essa queda se reflete diretamente nos preços dos cortes bovinos, com a picanha apresentando uma redução de 8,28% nos últimos trinta dias, conforme reportado pela Scot Consultoria. Outros cortes, como alcatra e contrafilé, também registraram desvalorizações significativas.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) projeta um crescimento nas vendas externas de carne bovina para 2025, com um aumento que pode chegar até 10%, totalizando aproximadamente 3,3 milhões de toneladas. Este desempenho é esperado devido à negociação com mercados estratégicos, como Vietnã, Japão, Turquia e Coreia do Sul.

No entanto, o aumento nas exportações não deverá impactar negativamente a oferta no mercado interno. Roberto Perosa, presidente da Abiec, destacou que a disponibilidade de gado será ajustada ao longo do ano em função das mudanças no ciclo pecuário. A produção e abastecimento tanto para o mercado interno quanto externo devem seguir sem interrupções.

Perosa ressaltou ainda que a safra recorde de grãos deverá melhorar as condições para o confinamento e terminação dos bovinos, resultando em maior rendimento das carcaças. “A produtividade deve aumentar em função da redução dos custos das matérias-primas”, afirmou.

Além disso, a maioria dos produtos exportados pelos frigoríficos brasileiros — como cortes do dianteiro e miúdos — não são amplamente consumidos no Brasil. Essa dinâmica evita competição direta com os produtos destinados ao mercado interno. A exportação atua como um equilibrador dos preços finais da carne bovina no país, especialmente devido à demanda maior por determinados cortes na Ásia.

Leonardo Alencar, especialista da XP em Agro, Alimentos e Bebidas, apontou que o aumento no descarte de fêmeas sem prenhez poderá contribuir para uma maior oferta de carne e estabilidade nos preços ao longo do primeiro semestre de 2025. Ele observou que as métricas de produção e abate ainda estão em avaliação.

Por outro lado, Maurício Palma Nogueira, diretor-executivo da consultoria Athenagro, expressou uma visão mais otimista sobre a disponibilidade de animais para abate neste ano. Ele acredita que o rebanho está se rejuvenescendo e se tornando mais produtivo rapidamente. Esta virada no ciclo pecuário acontece num contexto inédito desde a entrada da carne brasileira no mercado chinês.

Nogueira acredita que essa nova fase permitirá uma resposta mais ágil na produção de carne, minimizando grandes oscilações nos preços para os consumidores. Embora haja espaço para variações nos preços da arroba e da carne bovina, ele prevê uma movimentação menos intensa comparada aos anos anteriores.

Perosa reforçou sua confiança em um cenário de preços equilibrados para o mercado interno e mencionou a viabilidade das exportações crescerem até 10%, apesar dos desafios envolvidos nesse processo. O fortalecimento das vendas para países como Chile e México também pode ocorrer mesmo na ausência das aberturas esperadas.

Cesar de Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, previu um crescimento nas exportações entre 2% e 5% em 2025, embora esse número possa ser ajustado conforme novas oportunidades surgirem.

A demanda internacional pela carne brasileira permanece robusta. Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico nas exportações com embarques totalizando 2,87 milhões de toneladas — equivalente a 32% da produção total. A cota de carne bovina isenta destinada aos Estados Unidos já foi atingida rapidamente este ano, sinalizando uma forte demanda externa.

Oswaldo Ribeiro Júnior, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), assegurou que não haverá escassez do produto nem no mercado interno nem no externo.

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