O Coletivo ‘As Fiandeiras’, formada por Fernanda Burgath, Indianara Santos e Ligiane Ferreira, iniciam nesta quarta-feira (04), a partir das 17h, as atividades do Projeto ‘Círculo de Leitura de Mulheres para Mulheres’, com as mulheres da Ocupação Ericson John Duarte, localizado na Rua Alípio Bueno, 142, bairro Neves.
Durante o encontro, elas poderão compartilhar vivências e discutir sobre a importância da literatura como forma de expressão feminina. Ao todo, serão 4 encontros que culminarão na produção de um livro retratando suas experiências e sentimentos. Durante a atividade, haverá entrega de kits para gestantes e sorteio de brindes.
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Para a idealizadora do projeto, Fernanda, o objetivo é aproximar a literatura de todas as pessoas. “Existem espaços de debate e discussão de literatura na academia e queremos levar para todos os lugares, especialmente à periferia. Como dizia Antonio Candido, ‘a literatura é direito básico do ser humano’ e é isso que desejamos com esta iniciativa”, fala.
Indianara, que também integra o projeto, também ressalta a necessidade de espaços para que as mulheres possam conversar e compartilhar vivências. “Nossa cidade é carente de coletivos de mulheres ligadas à arte ou que se aproximem da arte. O projeto tem o intuito de despertá-las para isso”, comenta. Segundo Ligiane, as pessoas, especialmente as mulheres, precisam entender a literatura como forma de se colocar no mundo, de se fazer ouvir. “Queremos trazer a literatura pra perto dessas mulheres, dar acesso a livros, a experiências”, fala.
O Círculo de Leitura de Mulheres para Mulheres é um projeto aprovado pelo Programa Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (PROMIFIC) e foi viabilizado com o patrocínio da Continental, com apoio da ABC Projetos Culturais e do Alô Mulheres.
O projeto
O ‘Círculo de Leitura de Mulheres para Mulheres’ é composto de quatro encontros e já passou pela Caritas e aindadeve ocorrer na Associação de Apoio Atendimento e Assessoramento ao Surdo e a Escola Bilíngue para Surdos Geny de Jesus Ribas, com encontro único.
O intuito é incentivar a leitura, a escrita e os estudos, além de trabalhar a autoestima feminina e mostrar caminhos práticos de mudança. “Através da literatura queremos discutir também sobre cidadania e políticas públicas, contribuindo para a entrada no mercado de trabalho, no ensino superior, acesso a auxílios. Também queremos promover a saúde e o bem-estar dessas mulheres nas rodas de conversa”, explica.
O projeto busca ainda resgatar conhecimentos populares que estão sendo esquecidos atualmente. “Queremos resgatar aqueles conhecimentos populares, muitas vezes não valorizados pela sociedade atual, que carregam não só um valor afetivo, mas que simbolizam muito do ser mulher, como receitas, histórias, relatos de casos, uso de plantas medicinais, etc.”, completa.
No último encontro, além da experiência com a leitura, as mulheres participarão de uma ‘Oficina de Escrevivência’, a partir da qual produzirão um livro. “Será uma coletânea de textos – contos, poemas, até mesmo desenhos e pinturas que retratem suas vivências”, fala Fernanda. Este livro será impresso e publicado pela editora local e independente Olaria Cartonera e distribuído em vários pontos culturais da cidade.
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