O comércio local, de bairro, está presente em nossa vida cotidiana e muitas vezes nem percebemos. O pão que pegamos na padaria, o petshop e a ração do animal de estimação, a loja de roupa que traz novidades, além do mercadinho que sempre nos socorre na correria do dia a dia.
Estes são alguns exemplos, entre tantos, que encontramos próximos de casa. Comprar nos comércios de bairro vai além de fomentar o pequeno empresário, tornando-se uma forma de investir no desenvolvimento do local onde moramos.
A consultora de negócios e gestora de projetos, Thaise Amaral, explica que a importância principal é manter a economia no local. “Tem toda a geração de emprego e renda. Fazendo com que sejam contratados funcionários para trabalhar no próprio bairro e isso gera economia, mantendo essa renda dentro do bairro”.
Quem realiza isso na prática é Yara Hilgenberg, dona de um petshop e canil no bairro Nova Rússia em Ponta Grossa. A empresária saiu do Centro para reabrir a loja no bairro e tem colhido bons frutos da escolha. “Prefiro estar no bairro, além de eu morar perto, os horários ficam melhores, consigo atender toda a comunidade em volta, gerar emprego para a comunidade e tem sido um bom negócio para mim”, conta Yara.
Quando começam a aumentar as vendas, a renda cresce, a economia local cresce e, consequentemente, se consegue maior visibilidade para um determinado bairro. “Vemos na nossa cidade. Tem bairros que são mais desenvolvidos e possuem mais comércio local”, destaca a consultora de negócios.
Ao trabalhar na expansão do micro e pequeno negócio, cria-se uma parceria com a Prefeitura para melhorar a calçada, a iluminação pública, troca de lâmpadas, trazendo benefícios para quem está no pequeno comércio. “Os bairros tendem até a diminuir a criminalidade, porque é onde as pessoas estão se movimentando mais”, completa Thaise.
“Hoje estamos localizados na região que mais cresce em Ponta Grossa, que é a região de Uvaranas. Está crescendo em questão de condomínios, pessoas estão indo morar lá e acaba sendo muito interessante, bom e muito viável para fazer negócio com outros empresários da região”, diz o empresário Marcos Prado, proprietário de um material de construções na região de Uvaranas em Ponta Grossa.
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Ponta Grossa (CDEPG) e vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), Leonardo Puppi Bernardi, fala sobre o MasterPlan, um plano de ação pensado no crescimento econômico e social do município para os próximos 20 anos. O documento dá um norte para onde as políticas públicas e a infraestrutura municipal devem caminhar.
Na prática, ele pode auxiliar as empresas a pensarem em investimentos. “Um dos indicadores será o número de notas fiscais emitidas e os segmentos das empresas. Isso demonstra uma grande tendência, então se Ponta Grossa está emitindo muita nota fiscal de transporte de mercadorias, é óbvio que a demanda por profissionais ligados será maior. Uma mera informação dessa pode direcionar até o estudo dos nossos filhos, pode orientar e ajudar a sociedade a olhar onde está pisando”, esclarece Bernardi.
Ao falar do comércio local, tocamos também na questão da economicidade para o próprio morador. “Ao invés de sair do meu bairro e ir até o Centro, ir até outra cidade, é mais cômodo ter o comércio local bem desenvolvido”, ressalta Thaise, e continua: “Isso faz com que gere essa economicidade. Vou a pé em tal lugar, vou a pé na farmácia, vou pegar meu carro e andar um quilômetro. Então tem essa grande diferença”.
Já a empresária Yara avalia que só tem a ganhar, pois além de ficar perto para os clientes irem até a loja, consumir e comprar, ela consegue ainda oferecer o serviço de entrega, o que deixa mais prático. Marcos completa que próximo de sua loja tem tudo que ele precisa. “Agora a UPA Uvaranas está sendo construída. Então estão indo muitas empresas para lá, essa região está se consolidando para os moradores e, também, para os empresários. E a minha empresa tem contribuído para o crescimento da região”, diz o empresário.
Nos bairros é possível observar o crescimento dos chamados strip malls, que são os centros comerciais organizados, onde as lojas estão dispostas em fila. Com diversas lojas e serviços próximos uns dos outros, os clientes podem economizar tempo e esforço ao realizar suas compras ou resolver suas necessidades diárias. Ao ocupar um espaço em um strip mall, as empresas podem se beneficiar do tráfego constante de clientes e da visibilidade proporcionada pela localização privilegiada, atraindo os investimentos públicos.
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