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Conheça Dom Bruno Elizeu Versari, novo bispo da Diocese de Ponta Grossa

O bispo nomeado pelo Papa Francisco, ontem (10), para assumir a Diocese de Ponta Grossa, Dom Bruno Elizeu Versari em entrevista na tarde de sua nomeação, falou ao padre Joel Nalepa – que pertence à Diocese – sobre sua caminhada, suas preferências, as expectativas quanto a nova missão e sobre a ligação que tem com Ponta Grossa e seu atual bispo, Dom Sergio Arthur Braschi.

O, então padre, Bruno Elizeu saiu do clero de Maringá e foi nomeado, inicialmente, bispo coadjutor de Campo Mourão, em junho de 2017, assumindo oficialmente a Diocese em dezembro. Agora, vem para a Diocese de Ponta Grossa, por onde, segundo ele, teve apenas algumas passagens. Por outro lado, Dom Bruno conviveu com figuras ligadas à Diocese, entre eles Dom Murilo Ramos Krieger, de quem foi ecônomo na Arquidiocese de Maringá. “Dom Murilo saiu daqui (Diocese de Ponta Grossa) e foi para Maringá. Lá, ele me inseriu no trabalho administrativo. Com ele me tornei ecônomo, uma experiência incomparável”, lembrou.

Com Dom João Braz de Aviz o tempo foi mais curto. “Foi meu reitor no seminário (Instituto Teológico Paulo VI, de Londrina). Depois, ele foi ser bispo em Ponta Grossa e daí foi para Maringá”, contou, citando que Dom Sergio conhece desde 1982, quando o bispo ainda era padre, reitor no Seminário Rainha dos Apóstolos. Os seminaristas de Maringá foram morar no seminário e lá havia o padre Dinz Mikozz, que era meu amigo e amigo de Dom Sergio. O conheço há muito tempo e, agora, tenho a graça e a alegria de sucedê-lo no bispado de Ponta Grossa”, rememorou.

Dom Bruno fez questão de citar que a Diocese de Campo Mourão é ‘neta’ da de Ponta Grossa. “Quando foi criada a Diocese de Foz do Iguaçu ela foi desmembrada de Ponta Grossa e a de Campo Mourão foi desmembrada da de Foz do Iguaçu. As coisas vão se ligando…”, destacou o bispo.

Perfil pastoral

Dom Bruno Elizeu, ao comentar que vem do ambiente de roça, relembrou dos mutirões que fazia quando tinha uma grande empreitada pela frente. “Aprendi no ministério sacerdotal a trabalhar em conjunto. Carrego isso comigo e o Papa fala tanto em sinodalidade, em ouvir o povo. Gosto muito de escutar as pessoas. Quando estávamos em um processo de transferência de padres (em Campo Mourão) ia nas comunidades, ouvir o que as pessoas tinham a dizer. Gosto de reuniões. Acredito que há muito conhecimento, oportunidade de esclarecer dúvidas. Entendo que o trabalho de evangelização se constrói em conjunto. Dom Jaime, presidente da CNBB, disse certa vez que ‘a Igreja caminha com os pés dos padres’. Penso em caminhar junto com os padres. Os padres é que estão no dia-a-dia das comunidades. Vamos estudar, traçar projetos em conjunto e depois executar. Minha função é proporcionar essa reflexão e propor um itinerário de fé junto aos fieis e junto aos padres, diáconos e religiosos…vivenciar a comunidade. Muitos documentos apontam que há muitos católicos batizados sem a devida evangelização. Esse desafio vai nos acompanhar. É uma preocupação que tenho comigo. Temos o grande desafio de fazer discipulado. Despertar nas pessoas de fé o discipulado. Despertar discípulos para serem evangelizadores. Gosto e acredito nessa dinâmica”, enfatizou.

Na dimensão familiar, Dom Bruno Elizeu quer propor o incentivo ao itinerário de preparação de noivos para o casamento. “Precisamos estudar junto com os casais e a Pastoral Familiar como proporcionar condições aos jovens que querem casar, receber o sacramento do Matrimônio. Isso é um processo. Bom saber que estão fazendo já esse caminho. Precisamos acreditar nos jovens. Muitos querem constituir famílias santas. Viver o sacramento. Precisamos apoiar e acolhê-los”, afirmou. A Diocese de Ponta Grossa desenvolve esse caminho de preparação e tem obtido boas experiências.

Dom Bruno Elizeu é o bispo referencial da Pastoral do Dízimo no Paraná. “O dízimo entrou na minha caminhada quando vivi o desafio em uma comunidade que tinha bastante dificuldade para manutenção das coisas básicas da paróquia. Havia necessidade de fazer festa para suprir as necessidades. Isso criava um clima desagradável. As pessoas se exaltavam, se desentendiam. Isso não é de Deus. Deus não quer essa divergência. Aí, foi que entrou o dízimo e foi tomando corpo e as pessoas foram percebendo que a comunidade se transformou. Isso faz a diferença. O dízimo, mais do que suprir a necessidade de evangelização, transforma a comunidade. Isso me chamou a atenção. Quando uma comunidade de fé entende isso, deseja que essa fé seja proclamada e chegue aos demais e isso precisa do recurso. À medida que as pessoas se envolvem, há tanta bênção que a comunidade se transforma. Comunidade amadurecida, o dízimo se torna espontâneo”, defendeu.

Expectativa

O bispo nomeado deverá participar da reunião geral do clero, no próximo dia 21. “Vamos construir o caminho juntos. Se Deus desperta dons e carismas é para o bem, para o bem da Igreja e para o bem das pessoas. Quando perde esse objetivo, as coisas ficam pesadas de conviver, mas quando é para o bem da Igreja, para o crescimento espiritual das pessoas, é uma grande bênção de Deus”, argumentou ao ser informado que a Diocese de Ponta Grossa conta com 47 paróquias, de 17 cidades e aproximadamente 100 padres religiosos e 55 padres diocesanos, contando com os que não estão no exercício do ministério por motivos de saúde. “São muitas congregações, muitos religiosos e, como característica própria da Diocese, a presença da vida consagrada masculina e feminina. O senhor vai encontrar uma diversidade de congregações e um desafio para viver a comunhão, mas a diversidade de carismas nos ajuda a entendermos o que é sinodalidade”, informou padre Joel Nalepa, que também é coordenador diocesano da Ação Evangelizadora.

“Fundamental a gente primeiro rezar. Ter espírito de oração. À medida que se reza, se consegue trabalhar melhor. Vai-se percebendo como que o Espírito Santo vai conduzindo, vai apontando caminhos para chegar com mais segurança. Continuem rezando pelo clero, pelos bispos. Vamos colocando à serviço, à disposição…como Deus e onde Deus nos chama. Vamos buscar responder com generosidade. Vou (para Ponta Grossa) com alegria porque me sinto chamado para essa missão. Tenho consciência que meu ministério é pela graça de Deus e vou servir onde Ele me envia. Vamos continuar a história da evangelização nessa diocese, sob a proteção da Mãe da Divina Graça”, rogou Dom Bruno.

De acordo com o bispo nomeado, antes de marcar a data da posse quer conversar com os padres e o vigário geral da Diocese, padre Jaime Rossa. “Quero que seja de uma forma sinodal. Penso em proporcionar um dia e um horário em que possamos ter a presença da maioria dos padres”.

A pessoa

Dom Bruno Elizeu nasceu em Cândido Mota, no estado de São Paulo, mas muito cedo veio com a família para a região de Ivatuba, na região metropolitana de Maringá. Se criou perto de Floresta, município vizinho de Maringá. O bispo joga no time da Diocese de Campo Mourão, é o camisa 10. Gosta de esporte, de lazer, ainda que afirme não ter disponibilidade física nem o folego… mas gosta de estar junto. Torce para o Palmeiras, mas diz que vai aprender a torcer para o Operário. “Tenho muito entusiasmo com o verde. Vou continuar torcendo para o Palmeiras se não criar confusão….se criar, deixo de torcer”, brincou.

Taxado como muito comunicativo, o bispo frisou a importância da emissora da Diocese, Rádio Sant’Ana, como um espaço importante, um fantástico meio de comunicação. “É uma forma de evangelizar grandiosa. A Diocese está de parabéns. Fui presidente da Rádio Colmeia, em Maringá. Foi um aprendizado importante”, enalteceu.

Leia mais: Diocese de PG tem novo bispo definido após renúncia de dom Sérgio Arthur Braschi

Das assessorias

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