O número de focos de incêndio florestais atendidos pelo Corpo de Bombeiros do Paraná aumentaram em 2024. Segundo dados, até esta quinta-feira (22), foram atendidos 9.344 incêndios em vegetação no Estado, contra 4.011 situações semelhantes no mesmo período de 2023. Uma alta de 132%.
Historicamente, o mês de agosto costuma ter estatísticas elevadas nesse quesito. Em 2024, porém, tem sido especialmente severo. Temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e chuvas escassas são alguns dos fatores que contribuem para a proliferação dos incêndios, como o que atualmente castiga a região da Ilha Grande e Alto Paraíso, no Noroeste.
Sete bombeiros militares, apoiados pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), trabalham contra as chamas no local. A chegada da chuva naquela região, nessa sexta-feira (23), já ajudou a aplacar o incêndio.
Relativamente perto dali, o fogo consumiu boa parte de uma Área de Preservação Permanente Ecológica (APP) em Maria Helena. Cianorte, que ainda tem alguns focos isolados aparecendo, e o Parque de Vila Velha também sofreram com a força das chamas neste mês.
Somente em agosto, até esta quinta (22), o Corpo de Bombeiros recebeu 2.274 chamados desse tipo. Comparativamente, em todo o mês de agosto de 2023, haviam sido 955.
“Esse aumento preocupa, pois não se refere apenas ao quantitativo, mas à área queimada e à quantidade de dias destinados no combate a incêndios florestais. Neste ano, condições climáticas estão favorecendo essa propagação do incêndio e dificultando sua extinção”, disse a capitã Luisiana Guimarães Cavalca, integrante da Câmara Técnica de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal do CBMPR.
Uma das preocupações para o ano é a chegada da La Niña, prevista para setembro. O fenômeno, embora deva ser mais ameno do que o projetado inicialmente, deixará o ambiente mais seco, propiciando o aparecimento dos focos de incêndio.
Assim, a projeção é que o fogo em áreas de vegetação siga dando trabalho extra aos bombeiros em 2024. “Pelas condições repassadas pelo Simepar, o Corpo de Bombeiros se prepara para manter atendimento de ocorrências de incêndios florestais com número elevado, uma vez que as condições climatológicas seguirão propensas aos riscos de incêndios florestais”, admitiu a oficial.
As condições do clima, os tipos de terreno e vegetação podem ajudar a propagar incêndios florestais com maior ou menor velocidade. Mas as principais causas para essas ocorrências, segundo estudos científicos, é a intervenção humana. Em torno de 90% dos incêndios florestais surgem por ação do homem, de modo intencional ou não intencional.
Para ajudar a evitar esse tipo de desastre ambiental, é possível tomar algumas medidas, como destinar o lixo para locais apropriados; não fazer queima de lixo, de restos de folhas e galhos; não utilizar o fogo para limpeza de terreno; ao utilizar fogueira, certificar-se que ao final a mesma foi apagada com água ou terra; não soltar balões.
“Em caso de se deparar com uma queimada de pequeno porte, tente apagá-la com balde de água ou mangueira de jardim; caso a mesma esteja gerando risco, chame imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193”, afirmou a capitã Luisiana.
Com informações da AEN
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