De piá da de vila, engraxate a Doutor Honoris Causa, por Roberto Ferensovicz

Na sexta-feira, 01 de dezembro a Universidade Estadual de Ponta Grossa viveu um momento histórico, a entrega do título de Doutor Honoris Causa ao Deputado Federal Aliel Machado. Este Título por Universidades a pessoas, a cidadãos que se destacam em sua área de atuação. Geralmente, essas personalidades já são respeitadas pelo seu trabalho por setores da sociedade.
Neste caso o Deputado sempre atuou na defesa do ensino público e é talvez por isso que muitas pessoas não entendem a relevância do seu trabalho, pois muitos desses nunca passaram por uma escola pública, infelizmente ainda temos na nossa sociedade pontagrossense muitas pessoas conservadoras, aquelas que não aceitam que o filho da empregada estude na mesma universidade que o seu filho, muitos desses ainda tem aquele pensamento do Brasil Império onde não era permitido o ensino universitário em terras brasileiras e quem podia cursar faculdade tinha ir para a Europa, em especial na Universidade de Coimbra.
É por esse motivo que essas pessoas criticam a entrega desse título, não aceitam que alguém que veio de uma comunidade pobre, alguém que ao invés de estar nas melhores escolas particulares da cidade, estava na feirinha puxando sacolas, estava trabalhando como engraxate para ajudar no sustento da família. É difícil para quem é (ou se acha) da elite aceitar que um pobre seja o primeiro pontagrossense a receber o título de Doutor Honoris Causa, o segundo da história da UEPG, deve ser doído mesmo, quanta gente importante de “sobrenome” e nunca teve seu nome indicado e aprovado pelo Conselho da Univerdidade, não é um título entregue por uma ou outra pessoa, foi votado pro um colegiado de doutores da UEPG.
Importante destacar que essa honraria foi concedida pelo trabalho do Deputado em prol do ensino público como um todo, mas em especial pela nossa UEPG, foram milhões em recursos para as mais diversas áreas nesses nove anos como parlamentar. Além disso atuou na defesa do ensino público ainda enquanto estudante secundarista e participante ativo do movimento estudantil em nossa cidade.
Portanto não é de se estranhar o comportamento dos que criticam a entrega do título de Doutor Honoris Causa a uma pessoa de origem humilde e que sempre trabalhou pelos mais pobres, pela classe trabalhadora, às vezes é difícil de aceitar que alguém que teve que trabalhar e lutar muito para estar onde está. Outra parte que não aceita essa homenagem são pessoas que tem uma dificuldade em enteder o que isso representa, em especial para aqueles que passaram ou que tem um membro na família no ensino público, principalmente na nossa Universidade Estadual de Ponta Grossa.