Teus dedos me comovem e encontram abrigo na delicadeza do movimento, mesmo que a pele seja áspera. Às vezes, me assusto com a aspereza das mãos que pousam sobre o violão e os dedos brincam de deixar os ouvidos para trás, são eles que sabem muito mais. O coveiro preparou a massa para cimentar o jazigo. Logo, o habitáculo se fecha, ninguém entra, ninguém sai. A mão que fez menção à última ação.
A mão se enche de graxa. Não conhece limite do que precisa ser consertado. A cozinheira tem a pele escaldada, manchada, altas temperaturas insistem em levar-lhe à loucura. Mãos que enterram sementes. Acho que não enterram mais, há máquinas para isto. Mãos, dedos também batem palmas e assopram as velas de aniversário, festejam, sorrisos felizes. Também são belas quando carregam os cadernos dos alunos e aplicam estrelinha depois de uma nota dez, em caneta colorida. São tantas mãos que se unem em oração, dedos em enlevo de súplica sem lamentação.
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Autoria: Renata Regis Florisbelo
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