Deputada Mabel questiona Secretário de Estado da Saúde sobre a falta de leitos
A deputada estadual Mabel Canto (PSDB), questionou nesta terça-feira, dia 7, na Audiência Pública de Prestação de Contas da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), a falta de leitos no município de Ponta Grossa. Mabel trouxe dados do Instituto de Cidadania, divulgados pelo Portal PG Transparente, que mostram que mais de 100 crianças aguardaram por leitos no mês de maio na Upa Santa Paula, por pelo menos dois dias. Em outubro do ano passado, o pronto atendimento infantil foi fechado no Humai e as crianças agora esperam pelos leitos na Upa. Ela também relatou que diariamente a Direção Técnica da Upa Santana envia ofícios para a 3ª Regional de Saúde, Fundação Municipal de Saúde e Promotoria da Saúde sobre a permanência de pacientes no hospital por mais de 24 horas. Na espera por atendimento, em seis dias, nove pacientes vieram a óbito na Upa Santana, sendo que três deles aguardavam transferência para leitos. Uma das pacientes, uma idosa de 74 anos, morreu na Upa Santana, depois de 10 dias aguardando um leito.
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Mabel também questionou se os 15 leitos recém abertos no Hospital Universitário Materno Intanfil (HUMAI) são de exclusividade do município de Ponta Grossa. Em resposta, o Secretário de Saúde, César Augusto Neves Luiz, disse que os novos leitos no HUMAI são para toda região e não exclusivos para o município, contrariando o que tem dito a prefeitura de Ponta Grossa.
Mabel relatou que são diárias as situações de pacientes aguardando por leitos. “Sei que não é um problema específico de Ponta Grossa, mas penso que um ponto que contribuiu para o caos na saúde na nossa cidade foi o fechamento do Pai no antigo Hospital da Criança e do Pronto Socorro Municipal, que há 30 anos atendia à população, onde tínhamos 34 leitos cirúrgicos de ortopedia e geral, 5 de isolamentos, 22 clínicos, 10 leitos de UTI e 4 de estabilização na sala de emergência. De acordo com a Prefeitura, essa competência é do Estado e não do município. Como esses leitos serão repostos? E as mortes recentes, de quem é a responsabilidade? E os pacientes que estão aguardando por atendimento, de quem é a competência?”, indagou à deputada.
De acordo com Vinicius Filipak, Diretor de Gestão em Saúde da SESA, “o município tem a sua parte na assistência. Abrir as portas de entrada e as Upa’s qualificadas de acordo com o atendimento necessário”. Filipak ainda diz que a locação do paciente no leito definitivo depende da existência do leito e da condição técnica do transporte a ser realizado. “Cada direção técnica desses serviços tem suas responsabilidades de disponibilizarem o que é necessário e para que seja viável a transferência desses pacientes. Fazemos o melhor para que o Samu aloque o paciente certo no local certo”, explica.
Mabel pede maior atenção da Secretaria ao município para que questões como o fechamento do Pronto Socorro sejam supridas. “Sei que uma bomba foi jogada para a SESA, porque havia antes um atendimento que era realizado pelo município e que agora é de responsabilidade do Estado. Mas para nós, enquanto representantes da população, é muito difícil vermos uma família desesperada porque um ente querido está há 17 dias dentro da UPA aguardando por um leito. Apesar desses pacientes estarem dentro dessas Upa’s, até porque há um esforço dos servidores de saúde para realizar o atendimento, muitos deles também nos relatam que não há mais o que realizarem pelo paciente porque a transferência para um hospital é eminente”, conclui.
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