Categorias: ColunaDestaque

Diga não à militarização das escolas, por Tércio Alves do Nascimento

Em meio aos desafios enfrentados pela educação no Paraná, temos a responsabilidade de abordar questões sobre a qualidade do ensino, pois ela está intrinsecamente ligada às políticas educacionais adotadas, e é com preocupação que observamos o avanço da militarização nas escolas.

No atual cenário, é inaceitável a implementação das escolas cívico-militares. Mesmo reconhecendo a importância da disciplina, é preciso ponderar sobre a pertinência desse modelo para a nossa realidade educacional. A necessidade de um governo sério que compreenda a importância do investimento na educação é fundamental.

A qualidade do processo de ensino-aprendizagem está atrelada aos recursos e condições oferecidos às escolas e aos profissionais da educação e não à simples presença de um policial dentro do ambiente educacional.

Assim como os pais buscam oferecer o melhor aos seus filhos, o Estado deve garantir condições adequadas para que as escolas cumpram sua missão educacional de forma eficaz. Contudo, a implementação das escolas cívico-militares suscita legítimas preocupações.

A APP-Sindicato, em conjunto com outros movimentos sociais, posiciona-se em defesa de uma educação pública de qualidade, inclusiva e que promova a formação integral dos estudantes. Destacamos a importância do diálogo entre comunidade, educadores e gestores para construir um modelo educacional que atenda às reais necessidades da sociedade.

No âmbito estadual, enfrentamos desafios relacionados à valorização dos profissionais da educação. A luta por salários dignos, condições de trabalho adequadas e o respeito à carreira são bandeiras que carregamos cotidianamente.

Nossa sociedade merece uma escola pública que seja um espaço não apenas de aprendizado acadêmico, mas também de formação cidadã, respeito à diversidade e desenvolvimento integral. Unir esforços é mais importante do que nunca para garantir que a educação seja tratada com a prioridade que merece.

A mobilização da APP e seus Núcleos Sindicais contra a militarização de escolas no Paraná reflete a preocupação com o futuro da educação no estado. O plano de militarizar mais 200 colégios no próximo ano levanta questionamentos sobre a pressa nas consultas às comunidades escolares, prejudicando o debate democrático.

A escola pública deve ser um espaço de aprendizado e ensino, com profissionais valorizados, liberdade de expressão e qualidade educacional. A resistência à ideia de militarizar as escolas é baseada na convicção de que a solução para os desafios educacionais não está na presença de militares, mas sim na valorização de professores, funcionários e pedagogos.

A atuação questionável dos militares aposentados em relação à segurança é destacada, contrastando com a contribuição dos funcionários concursados que conhecem a comunidade escolar. Investir na formação e qualificação dos profissionais da educação é a chave para melhorar a qualidade do ensino, não a militarização.

Há muitos motivos para se dizer não às escolas cívico-militares. A desvalorização dos educadores, a falta de formação dos militares contratados e os gastos elevados são aspectos críticos que merecem atenção.

Em tempos desafiadores, reforçamos nosso compromisso de permanecer na linha de frente na defesa da educação pública e dos profissionais dedicados a formar cidadãos conscientes e críticos. Juntos, podemos construir um futuro mais justo e igualitário por meio da educação, respeitando a diversidade e promovendo o diálogo entre todos os envolvidos no processo educacional.

Foto: Soldado Guilherme Batalha

Leia também: A “München Fest” deveria acabar, por Roberto Ferensovicz

Tércio Alves do Nascimento

Tércio Alves do Nascimento - Presidente do Núcleo de Ponta Grossa e Região da APP-Sindicato.

Ver comentários

Artigos recentes

Mabel Canto emite nota e anuncia suspensão de atividades após incidente com Sandra Queiroz

Mabel Canto emite nota sobre incidente com candidata a vice-prefeita em Ponta Grossa

% dias atrás

Trabalhador sofre fratura grave durante acidente na SANEPAR em Ponta Grossa

Trabalhador sofre fratura grave após manilha cair em sua perna durante serviço na SANEPAR, Ponta…

% dias atrás

Sandra Queiroz, vice de Mabel Canto é hospitalizada após se engasgar com carne em Ponta Grossa

Sandra Queiroz, vice de Mabel Canto, é hospitalizada após engasgo em Ponta Grossa. Samu precisou…

% dias atrás

Colisão entre Gol e Palio deixa três feridos em bairro de Ponta Grossa

Acidente na Vila Isabel, Ponta Grossa: Gol capota após colisão com Palio que furou a…

% dias atrás

Homem é preso em Irati por violação de ordem judicial da Lei Maria da Penha

Homem é preso em flagrante em Irati por descumprir medida protetiva da Lei Maria da…

% dias atrás

Viação Campos Gerais está contratando

A vaga que está aberta na VCG é a de torneiro mecânico. Os interessados a…

% dias atrás

Esse site utiliza cookies.

Política de Privacidade