Foto: Salem Rosa
A morte de um homem de 37 anos, alvejado por policiais militares dentro de sua residência na Vila Santa Cruz, em Castro, gerou revolta e questionamentos por parte da família e da comunidade local. Em pronunciamento exclusivo ao BnT Online, familiares afirmam que a abordagem foi uma execução e não um confronto, como divulgado no boletim da Polícia Militar.
O caso ocorreu na tarde desta terça-feira (25), por volta das 14h30, na Rua Aviador Iereni Malherbi Sinhori. De acordo com o boletim da PM, a ação foi motivada por uma investigação sobre roubos recentes na região. A polícia informou que, ao tentar abordar o homem, ele teria fugido para dentro da residência, onde acessou um revólver calibre .38 e apontou a arma para os policiais. A equipe reagiu e efetuou os disparos.
A família, porém, contesta essa versão. Segundo a esposa da vítima, o marido estava dentro do banheiro quando a polícia invadiu a casa sem mandado judicial. Ela relata que os agentes já chegaram agindo com violência e que o homem não estava armado.
A esposa, familiares e vizinhos afirmam que os policiais atiraram sem justificativa. “Eles entraram na minha casa sem permissão. Meu marido saiu do banheiro, respondeu tudo o que perguntaram, e mesmo assim atiraram nele. Eu estava com a minha filha de seis anos, que viu tudo”, declarou a viúva, abalada.
Segundo testemunhas, o homem foi alvejado e retirado ainda com sinais vitais. No entanto, pouco tempo depois, foi confirmado o óbito. “Eles disseram que ele estava respirando quando saiu daqui. Mas, de repente, já apareceu morto”, relatou um vizinho.
Moradores relataram que os policiais desligaram as câmeras corporais antes da abordagem. “Desligaram as câmeras e depois ligaram de novo. Isso não é procedimento correto”, denunciou um parente.
Ainda de acordo com familiares, após a ação, policiais teriam ameaçado testemunhas. “Eles entraram na casa da minha mãe e disseram que iam pegar meu sobrinho de 16 anos se ele falasse algo. Não somos criminosos. Queremos justiça”, disse um dos presentes.
No boletim de ocorrência, a Polícia Militar informou que o homem possuía um mandado de prisão em aberto por furto qualificado e passagens por tráfico de drogas. Também foi constatado que a arma encontrada no local tinha uma munição deflagrada.
No entanto, a família insiste que a versão da polícia não condiz com os fatos e cobra uma investigação rigorosa para esclarecer o que realmente aconteceu dentro da casa.
A Polícia Científica esteve no local e realizou a perícia. O caso segue sob investigação para esclarecer se houve abuso de autoridade e se a ação policial seguiu os protocolos legais.
Acompanhe as falas da família e dos vizinhos na íntegra no vídeo abaixo:
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