Com o apoio das universidades estaduais, 59 municípios paranaenses economizaram R$ 8,8 milhões nos últimos três anos por meio da elaboração gratuita de projetos de engenharia e arquitetura. A iniciativa faz parte do Projetek — Escritório de Projetos Executivos — coordenado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que transforma conhecimento técnico em benefício direto para pequenas cidades do Paraná.
Os projetos são desenvolvidos por estudantes e profissionais ligados às universidades estaduais do Paraná, com apoio das prefeituras e das secretarias estaduais, especialmente em cidades com limitações orçamentárias. Segundo o Governo do Estado, o valor médio de economia por projeto é de R$ 101,2 mil — dinheiro que, em vez de ser gasto com serviços privados, pode ser redirecionado para áreas como saúde e educação.
Ao todo, 87 projetos foram elaborados até agora. Entre eles, destacam-se reformas em escolas e unidades de saúde, sistemas de drenagem urbana, obras de acessibilidade e até projetos para usinas de reciclagem. Tudo isso com foco em soluções sustentáveis, acessíveis e alinhadas às reais necessidades da população local.
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), por exemplo, elaborou o projeto técnico do Centro de Reabilitação e Hidroterapia do município de Ivaí, com piscinas terapêuticas e estrutura moderna para atendimento de pessoas em processo de reabilitação física. Já a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) desenvolveu o projeto de um galpão para startups em Andirá. A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) também contribuiu com um projeto de usina de reciclagem, que será implantado em seis municípios de diferentes regiões do Estado.
Para o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, o programa é um modelo de gestão pública eficiente. “A parceria entre o Estado, as universidades e os municípios é um exemplo concreto de como a expertise acadêmica pode beneficiar diretamente a população”, afirmou.
Outro diferencial do Projetek é a utilização da tecnologia BIM (Building Information Modeling), uma metodologia que permite criar modelos digitais integrados e detalhados de obras, garantindo maior precisão no planejamento, execução e manutenção dos empreendimentos públicos. Isso não apenas agiliza as obras, como reduz retrabalhos e desperdícios.
O assessor da Seti e coordenador estadual do programa, Ricardo Rocha, ressalta ainda o impacto educacional da iniciativa. “O Projetek é também uma grande escola prática. Ele aproxima o estudante da realidade profissional, fortalece a formação técnica e insere o jovem diretamente em ações que impactam a vida das pessoas”, destaca.
A atuação dos escritórios universitários também foi integrada a outros programas do Governo do Estado, como o da Casa da Mulher Paranaense e o Complexo Social Cidade da Pessoa Idosa, que estão recebendo projetos técnicos com foco em acessibilidade e eficiência energética.
Com resultados positivos, o Projetek continua em expansão. Secretarias como a da Saúde (Sesa), das Cidades (Secid), o Fundepar e o Consórcio Intermunicipal de Saneamento do Paraná (Cispar) estão em fase de prospecção para novas parcerias com os escritórios acadêmicos.