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Estiagem prolongada evidencia importância da proteção de nascentes nas áreas rurais

Há dois anos as equipes do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) vêm reforçando a proteção de nascentes na área rural. Em todo o Estado, os extensionistas já fizeram a proteção de 3.800 nascentes. Só nas regiões de Maringá e Paranavaí (Noroeste), Londrina (Norte) e Apucarana (Vale do Ivaí) são 119 nascentes protegidas, em 32 municípios, dentro do projeto regional denominado Água Limpa.

As ações são executadas pelo IDR-Paraná, em parceria com as prefeituras, Sanepar, colégios, universidades, faculdades, clubes de serviço e famílias rurais. “A proteção de nascentes nas áreas rurais se inclui nas iniciativas por uma agricultura sustentável, em harmonia com o meio ambiente. A forte estiagem que assola o Paraná, e provoca a mais grave crise hídrica dos últimos anos, evidencia ainda mais a importância desta iniciativa, que visa preservar as fontes e garantir água de qualidade”, afirma o assessor técnico do projeto, Ricardo Augusto da Silva, extensionista do IDR-Paraná na região de Paranavaí.

Ele explica que as fontes das propriedades rurais são protegidas com o uso da tecnologia do solo-cimento (uma mistura de solo do local, pedras e cimento). “É construída uma espécie de cofre, que protege a nascente de resíduos e contaminações, garantindo a manutenção da qualidade da água que brota da terra”, diz Silva. Além disso, é feita a recomposição da vegetação ao seu redor. Com esta ação, a vazão das nascentes se mantém mesmo em período de escassez de chuvas e as famílias têm o abastecimento de água garantido em suas propriedades.

O projeto Água Limpa também utiliza o sistema de geoprocessamento para mensurar resultados, ou seja, os extensionistas têm informações precisas sobre a localização e vazão de cada nascente.ALVORADA DO SUL – A chegada mais recente do projeto foi a Alvorada do Sul, na região de Londrina. A propriedade da agricultora Thais Goulart da Silva recebeu extensionistas, funcionários da prefeitura e agricultores para a atividade de proteção de fontes. Os técnicos aplicaram a técnica do solo cimento, as áreas das fontes passaram por uma limpeza e foram colocadas pedras irregulares (pedra ferro, sem fundo amarelo) que funcionarão como um filtro físico. Na sequência, fez-se a instalação dos canos e, por fim, as nascentes foram lacradas com uma mistura de solo com cimento (três partes de solo para uma parte de cimento). A propriedade de Thais vai servir de modelo para interessados em proteger suas fontes.

De acordo com o extensionista Reinaldo Neris dos Santos, a Prefeitura de Alvorada do Sul vai ceder o material necessário e o IDR-Paraná vai orientar os interessados a fazer a proteção de fontes em suas propriedades. Ele informou, também, que está sendo feito um cadastro dos produtores interessados em ter uma nascente protegida. Santos acrescenta que os agricultores serão orientados sobre algumas práticas que melhoram a infiltração da água no solo como o Sistema Plantio Direto de qualidade, o manejo do solo, a proteção da mata ciliar e a rotação de culturas. A intenção é atender todos os produtores assistidos pelo IDR-Paraná.

O projeto Água Limpa em Alvorada do Sul é liderado e executado pelo IDR-Paraná, Instituto Água e Terra (IAT) e prefeitura. Estudantes da Universidade Pitágoras e da Unopar-Campus Arapongas também participam da atividade. O trabalho é coordenado por Ricardo Augusto da Silva de forma compartilhada com todos que aderiram ao projeto.

CONSCIENTIZAÇÃO – O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, afirma que os produtores rurais paranaenses estão conscientes em relação à preservação de nascentes. “O Paraná tem diversos programas que incentivam e promovem a educação ambiental, especialmente do produtor rural. O Paraná Mais Verde é um deles. Por este programa, o agricultor retira mudas de árvores nativas gratuitamente, disponíveis nos 19 viveiros florestais do Instituto Água e Terra, para garantir a recuperação de áreas degradadas”, explica.

Desde 2019, mais de 3,8 milhões de mudas já foram solicitadas ao órgão ambiental em todo o Estado. Além disso, o Paraná é referência nacional no processo de lavagem e destinação correta de embalagens de agrotóxicos, um dos principais vilões do lençol freático nas propriedades rurais.

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