Avô, psicólogo, guia espiritual, pai e mais: indiciados de violência sexual contra menores de 14 anos têm recebido as atenções de manchetes e da população de Ponta Grossa. O aumento do número de casos e do número de prisões por estupro de vulnerável ilustram esse cenário e o Portal Boca no Trombone foi investigar.
O estupro de vulnerável acontece quando há ato sexual com uma pessoa menor de 14 anos, ou que não tenha discernimento ou não possa resistir ao agressor. Entre janeiro e agosto de 2023, houve 116 casos de estupro de vulnerável consumados. No mesmo período de 2024, esse número teve um pequeno aumento para 137.
Os dados são da base de dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP-PR), segundo última atualização. Consideramos apenas os casos consumados, quando o crime foi de fato executado pelo autor.
A delegada Ana Paula Cunha Carvalho, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolecente Vítimas de Crimes (NUCRIA), comenta que os crimes contra menores de idade têm aumentado anualmente em Ponta Grossa, principalmente quando se trata de estupro.
“A gente vê ano a ano um crescimento de denúncias de crimes relacionados à criança e ao adolescente como um todo, e o estupro de vulnerável eu digo que sempre foi o ‘carro-chefe’, sempre recebemos o maior número de denúncias”, diz Ana Paula.
Confira o gráfico abaixo com os bairros de Ponta Grossa que mais registraram casos de estupro de vulnerável em 2024. Contorno lidera o ranking.
E se o número de casos cresceram em 2024, as estatísticas de operações policiais também. Com dados exclusivos concedidos ao Portal BnT, as prisões do NUCRIA por crime de estupro de vulnerável mais que duplicaram em relação ao ano passado.
“Neste período de 2023, nós realizamos 13 prisões por estupro de vulnerável. Neste ano, nós já temos 28 prisões cumpridas pelo NUCRIA, o que mostra que nós duplicamos as prisões em relação a esse tipo de crime.
Um caso recente de grande repercussão na região foi um guia espiritual de 54 anos, que foi preso e indiciado pelo mesmo crime, em Ponta Grossa, ao utilizar da fé para cometer atos sexuais contra três vítimas. Relembre o caso noticiado no portal Boca no Trombone.
Outro dado extraído na SESP-PR é que a maioria dos casos ocorreram em dependências domiciliares das vítimas, mais precisamente, 74% dos casos registrados. O grau parentesco ou a proximidade familiar entre os autores e as vítimas é comum neste tipo de crime, como no caso recente do avô acusado de abusar da neta, indiciado nesta semana pelo NUCRIA.
Veja entrevista completa com Ana Paula, que detalha tudo sobre o cenário do estupro de vulnerável em Ponta Grossa.
Você pode acionar o NUCRIA de forma presencial, na rua Rodrigues Alves, 950, situada no bairro Jardim Carvalho, ou por meio de canais de denúncia anônima, como o 181 e o Disque 100. É importante informações como nomes dos envolvidos, endereços, idades, para o início das investigações.
A delegada reforça a necessidade de acolhimento às vítimas no momento da denúncia. “O NUCRIA tem tratamento diferenciado para essas vítimas menores. É importante que o adulto também confie na palavra da criança e faça a denúncia, não deixando que ela seja mais uma vítima de violência”, finaliza Ana Paula.
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