Uma ação que iniciou no Paraná, em 1983, na cidade de Florestópolis, pela médica sanitarista e pediatra, Zilda Arns Neumann, e pelo então arcebispo de Londrina, Dom Geraldo Majella Agnelo, completa 40 anos: a Pastoral da Criança no Brasil.
A Pastoral da Criança hoje se faz presente em todos os estados brasileiros e em outros dez países da África, Ásia, América Latina e Caribe. Na Diocese de Ponta Grossa, a ação das agentes da Pastoral da Criança começou em 1988, na Capela Menino Jesus de Praga, na Vila Tânia Mara, hoje pertencente a Paróquia Nossa Senhora Medianeira, mas, na época, território da Paróquia Nossa Senhora do Pilar.
Começou sob a tutela do sacerdote religioso agostiniano Angel Fernández Caballero, ou, ‘padre Ângelo’, como conta Clotilde Ferreira, uma das primeiras líderes da Pastoral em Ponta Grossa. “A sementinha foi lançada aqui na capela. Padre Ângelo nos disse que havia muito trabalho nas pastorais na matriz, por isso ele levou a atividade para a comunidade. A coordenadora era a Vera Gaid. Trabalhávamos eu, a Glaci Machado, a Tereza e a Eolina Sotto”, detalha, contando que padre Ângelo acabou falecendo precocemente em um acidente automobilístico e quem ficou à frente da Pastoral na paróquia foi padre Jesús Madrid Rodriguez.
“Não havia doações como há hoje. A gente tirava as verduras dos quintais das pessoas que queriam ajudar. Era muito pobre a Pastoral. Mas, era muito divertido brincar com as crianças. Se ensinava as mães a reaproveitar alimentos, confeccionar os enxovais dos bebês, a costurar as roupinhas, fazer sapatinhos. Eram muitos momentos, muitas atividades, muito aprendizado para as gestantes que participavam. Eu adorava servir na Pastoral da Criança. Fiquei dois anos servindo direto, depois me afastei por problemas de saúde, mas voltei e saí várias vezes. Parabéns à Pastoral da Criança!”, deseja Clotilde.
A coordenadora diocesana Marli Szczepaniki comenta que atualmente a Pastoral da Criança está em 33 paróquias, em 98 comunidades, com 250 líderes atendendo 150 gestantes e 1.950 crianças. “Nossa eterna gratidão a todas as voluntárias que abraçaram a causa. Doutora Zilda Arns fundou e iniciou a Pastoral da Criança, mas se não fossem essas pessoas de boa vontade para assumir esse projeto tão lindo, tão abençoado por Deus, nada teria acontecido. Não haveria a continuidade do atendimento às nossas crianças e gestantes. Hoje, os parabéns vão para as nossas voluntárias. Nossa eterna gratidão a todas elas por esse trabalho lindo”, enfatiza Marli.
Fundada em 1983, a Pastoral da Criança é hoje um Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conforme o decreto 05/2006 da CNBB. Atualmente, faz parte da Comissão Episcopal Ação Sociotransformadora.
A Pastoral da Criança alicerça sua atuação na organização da comunidade e na capacitação de líderes voluntários que ali vivem e assumem a tarefa de orientar e acompanhar as famílias vizinhas em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania tendo como objetivo o “desenvolvimento integral das crianças, promovendo, em função delas, também suas famílias e comunidades, sem distinção de raça, cor, profissão, nacionalidade, sexo, credo religioso ou político”.
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