Grande e desajeitado ele fazia jus ao nome: Ursão. Quando apareceu esfomeado, assustado, era apenas um gato pequeno, de olhos esbugalhados. Acabaram por arrebanhar, tornou-se um habitante da casa. Faminto, devorava pacotes e mais pacotes de ração. Uma agitação diferente dos demais, uma inquietação de quem vive em sobressalto, os rigores da rua deixando marcas no comportamento do bicho. Olhares perdidos, exceto quando estava com ela, a mulher da casa. Alguma coisa acontecia, um carinho que se desvelava em gestos de cuidado dela e proximidade e afago dele. Todos os dias ao longo de dezessete anos se processaram com o Ursão vindo receber a dona na porta de casa, invariavelmente, feliz com o agrado dela.
No final daquele ano ele deixou de comer, recolheu-se a um canto e era a dona quem vinha ter com ele na volta do trabalho. Respondia aos carinhos dela com sutil aperto de olhos, uma nesga do prazer ainda compartilhado no toque, pele com pelo. Fechou os olhos, cessou a respiração. Os últimos dezessete anos passaram na mente dela como quem recorda de uma benção. Gratidão.
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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