Homenagem ao meu velho pai

Fala galera do Portal Boca no Trombone! Na coluna de hoje, como não poderia deixar de ser, irei falar sobre aquele que em muitas ocasiões é o seu super herói de infância. E, se me permitem minhas escusas pelo título aparentemente egoísta desta coluna, mas que na verdade homenageando o meu querido pai, tentarei de certa forma prestar uma homenagem através deste simples texto a todos os papais. E tentarei demonstrar o quão especial foi, é, e será esta pessoa que ajudou a lhe dar a vida, que te protegeu, te zelou, te educou, te corrigiu, te ensinou, te cuidou e tantas outras coisas que você talvez nem imaginava, mas ele estava presente. E se você meu amigo leitor, ainda tem a oportunidade de ainda contar com ele em sua vida, cara, você é muito mais rico do que pensas. Pai, assim como mãe, são palavras bem curtinhas, com apenas três letrinhas, mas com certeza estão entre as palavras mais lindas de toda a nossa língua portuguesa. Segue duas lições que meu pai me ensinou:

Seja correto sempre
Quando eu era criança meu pai sempre pedia para ir até o armazém ali no Conjunto Monteiro Lobato, (chamavam-se “banquinhas”). Os tempos eram outros e as coisas eram bem mais difíceis financeiramente. Acredito que não só pra gente, mas para a maioria dos que ali residiam. E geralmente as compras eram feitas e anotadas em uma caderneta, para serem posteriormente pagas de forma
mensal. Em uma oportunidade de movimento um pouco maior, o comerciante errou nas contas e acabou deixando de anotar vários produtos, e chegando em casa, contei isso para o meu pai achando que seria uma boa coisa “tirar vantagem” da situação. Pois bem, primeiramente ele fez eu voltar lá e corrigir nos mínimos cruzeiros o que foi feito, e assim que retornei ele me disse uma frase que eu nunca mais esqueci: “O que não é nosso, não é da gente”. E explicou que não se deve querer “lograr” os outros com pequenos “golpes”, e que essa é uma das faces mais desprezível de qualquer pessoa. Que lição tive!

O valor do tempo perdido
Alguns anos depois, eu já era um adolescente, e como todo jovem achava que já sabia de tudo. Nunca deixei de ser apegado ao meu pai, mas queria tomar minhas próprias decisões, geralmente precipitadas e quase sempre equivocadas. O que acabava vez ou outra gerando climas ruins dentro de casa. Meu pai sempre com muito esforço, ao longo de sua vida buscava educar seus filhos da melhor forma, e nos proporcionava o acesso à oportunidades como: cursos de inglês, aulas de violão, cursos de datilografia, cursos de informática, dentre outros. Na maioria das vezes eu não queria ou não curtia, desperdiçava, enrolava, não concluía ou era até reprovado. E ele, no auge da sua inteligência e serenidade, me repreendia sem erguer o tom , mas de maneira firme e com aquele vozeirão conhecido por toda a cidade, dizia assim: “Quem tem preguiça perde mais tempo da vida”, e ele tinha toda a razão. Como me fez e me faz falta aquele tempo que eu desperdiçava, que pelo fato de ser jovem era muito abundante. Meu pai era gigante! Tinha muitas outras lições e muitos outros ensinamentos que poderia descrever aqui, mas vou terminar dizendo que sinto muito a falta do meu pai. Mas vou honrar sempre seu nome e guardar na lembrança e no coração o meu querido, o meu velho, o meu amigo. Atualmente gosto muito de ler, mas digo com todas as letras: Meu pai foi o melhor livro que eu já li! Feliz dia dos pais!

JOHN ELVIS RIBAS RAMALHO É RADIALISTA E BACHAREL
FILHO DO JORNALISTA, RADIALISTA E ADVOGADO ALTAIR RAMALHO

Leia mais: E já estamos em agosto…, por John Elvis Ramalho

Siga-nos no Facebook