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Justiça homologa acordo envolvendo Fazenda Capão do Cipó em Castro

A Justiça Federal de Ponta Grossa homologou acordo que envolve o imóvel denominado Fazenda Capão do Cipó, localizado na zona rural do município de Castro, solucionando os processos judiciais que envolviam União, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP).  As reuniões, visitas e audiências realizadas nos últimos 3 anos e que antecederam o acordo entre as partes foram coordenadas pelo juiz federal Antônio César Bochenek, da 2ª Vara Federal de Ponta Grossa, que também preside a Comissão de Demandas Estruturais do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Entre as negociações firmadas está a transferência total da fazenda da União (Secretaria do Patrimônio Público) ao INCRA, que terá que formalizar a concessão de uso em favor do CTP. Em contrapartida à concessão de uso, o CTP se comprometeu continuar a desempenhar as atividades de treinamento, formação e capacitação para os pecuaristas, bem como desenvolver novos cursos e apoiar pesquisas quando demandados, especialmente na área de agroecologia. Além disso, os envolvidos se comprometeram a realizar parcerias para o pleno e efetivo aproveitamento do imóvel e das forças de trabalho.

O acordo prevê ainda que, enquanto o INCRA não finalizar o processo de escolhas das famílias para a efetiva implantação do novo assentamento, o CTP poderá utilizar as áreas atualmente não aproveitadas, para a produção de alimentos com o objetivo de manter o rebanho, com a prévia anuência do INCRA, mediante a retribuição de valores a ser definida e que será revertida para a implantação do assentamento.

O juiz federal destacou que a proposta está adequada e condizente com o interesse público, função social da propriedade e a integração entre o público e o privado, por meio de parcerias, com ganhos significativos para toda comunidade e os envolvidos.

“As concessões mútuas e recíprocas, com potenciais contrapartidas propositivas, são relevantes para viabilizar a divisão de espaços, com o objetivo de promover a ocupação dos imóveis e de modo a atender a função social da propriedade e dos valores da reforma agrária, juntamente com a continuidade de ações formativas de capacitação e qualificação com resultados efetivos e avanços de parcerias entre o público e o privado, consoante os termos normativos e ajustados entre os celebrantes do acordo”.

Antônio César Bochenek reiterou ainda que os pontos do acordo decorrem de diversos problemas estruturais e de alta complexidade com grande potencialidade de litígios (posse, propriedade, função social, formação e qualificação profissional). “Vale recordar que o objetivo das diversas reuniões e audiências consistiam em encontrar uma solução global, eficiente e adequada aos conflitos”.

Tratativas e as técnicas de processo estrutural

O magistrado informou que o ajuizamento da primeira ação foi realizado em julho de 2019 e que de lá para cá foram realizadas mais de 20 reuniões e audiências para as partes chegarem ao acordo. “As relações controvertidas foram solvidas por meio do uso de métodos consensuais de solução de conflitos, com o emprego de técnicas de processo estrutural, como a ampla participação dialogada, reuniões técnicas, visitas realizadas no local do imóvel, audiências de sensibilização e com propostas de soluções criativas e inovadoras, acompanhamentos constantes para solver obstáculos, e ainda cronograma e planejamento dos trabalhos, tarefas e atividades”, explicou Antônio César Bochenek.

“O ajuste celebrado permite a imediata formação e instalação do novo projeto de reforma agrária, com características aperfeiçoadas, aprimoradas e adaptadas, voltadas às práticas de agricultura sustentável e agroecológica, bem como o estabelecimento de parcerias, principalmente com a sociedade, para a melhor e mais rápida concretização das atividades e atendimento das funções sociais. Por outro lado, também permite a continuidade e avanço das atividades do Centro de Treinamento para pecuarista, por meio da concessão de uso de parte do imóvel, para além de viabilizar as parcerias técnicas e de inovação para a capacitação e formação de pessoas”, disse Antônio César Bochenek.

O caso

A área de 4 milhões de metros quadrados é de propriedade da União, após a desapropriação ocorrida na década de 1940. De lá para cá, o imóvel foi cedido para o CTP e a Fundação ABC, para as atividades de pesquisa, estudos, formação e qualificação profissional. Em 2015, os integrantes do Movimento Sem Terra ocuparam parte do imóvel, antes utilizado pela Fundação ACB.

Em 2019, a União ajuizou ação de reintegração de posse do imóvel. Em 2021 a DPU ajuizou demanda para a efetivação da reforma agrária e defesa do direito de moradia dos ocupantes do imóvel.

Após a realização de várias reuniões e audiências, as controvérsias entre as partes foram ajustadas para que o CTP continue a realizar as suas atividades numa área de 150,08 hectares da propriedade. Enquanto que os dois terços restantes serão utilizados para o novo projeto de assentamento para fins de reforma agrária, como foco nas pequenas propriedades de área individualizada (aproximadamente 1 hectare), e as demais áreas são de reserva legal e de utilização coletiva. As parcerias são incentivadas para o melhor aproveitamento do imóvel e para alcançar melhores e efetivos resultados. A integração entre as partes e os envolvidos, por meio de parcerias, serão fundamentais para o sucesso da iniciativa.

Leia também: Castro conta com novas lixeiras para materiais recicláveis na área central

Das assessorias

Textos produzidos pelas assessorias de imprensa. Sejam dos órgãos públicos, de empresas da iniciativa privada ou de organizações do terceiro setor.

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