O Laboratório Universitário de Análises Clínicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Luac-UEPG) identificou a presença da mutação da variante Ômicron em Ponta Grossa. Os estudos apontam que a mutação do vírus Sars-Cov-2 circula na cidade, no mínimo, desde o dia 13 de dezembro de 2021. A confirmação veio após testes de amostras enviadas ao Laboratório. Das 104 amostras analisadas em 13 de dezembro, 09 testaram positivo para Covid. Destas, seis apontaram a mutação da variante Ômicron.
Nesta terça-feira (19), foram realizados mais 32 testes, referentes aos dias 14 a 18 de janeiro. Todos apontaram a mutação. Conforme explica o coordenador da pesquisa das variantes em Ponta Grossa, Marcelo Vicari, os casos de Ômicron correspondem à quase a totalidade dos casos positivos de Covid-19 na cidade. “Com a passagem de ano, a presença dessa mutação nos testes positivos ficou muito muito frequente, fazendo com que a gente tenha certeza que a variante Ômicron está em livre circulação em Ponta Grossa”, enfatiza Vicari. Em dezembro, foi a primeira vez que a equipe identificou a presença da mutação do sítio 417, na proteína spyke do vírus. O material foi enviado ao Instituto Carlos Chagas/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que fará o sequenciamento genômico das amostras para confirmação oficial dos casos.
Desde o primeiro caso suspeito de Ômicron, a equipe do Luac realiza o teste para a mutação em todas as amostras positivas para Covid-19.
“Temos essa grande suspeita que seja Ômicron porque a gente nunca tinha encontrado essa mutação antes, por isso já apontamos que está acontecendo contaminação comunitária desta variante aqui”, afirma Bruno Ribeiro Cruz, coordenador do setor de diagnóstico molecular do Luac.
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Estudo
O dado faz parte da pesquisa sobre variantes da Sars-CoV-2 em Ponta Grossa, organizada pela equipe do Luac. No total, o Laboratório pretende analisar 300 amostras de indivíduos positivados para Covid-19. A equipe iniciou os testes em julho, para identificar a variante Gama (P1) e, em agosto, para a identificação da variante Delta. A partir de dezembro, a Ômicron também entrou no estudo.
Segundo Marcelo Vicari, o Luac tem feito a diferença no trabalho de monitorar a frequência das variantes e associar os dados com a ocupação de leitos da região.
“Também reforçamos para a população a importância das medidas, como o isolamento, o uso de máscaras, higiene das mãos e vacinação. É extremamente importante a consciência dos infectados em manter o isolamento, para interromper a transmissão do vírus”, completa.
Dados
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu, no sábado (15), o 6º Relatório de circulação de linhagens do vírus Sars-CoV-2, da Fiocruz Paraná. O documento confirmou a predominância da variante Ômicron no Estado. Os dados apontam que, das 178 amostras coletadas entre 27 de dezembro e 2 de janeiro, nas quatro macrorregiões, 91 (51,1%) foram confirmadas para a variante Ômicron e 87 (48,9%) para a Delta. A Sesa havia confirmado a circulação da variante Ômicron na última quarta-feira (12), com um caso confirmado em Curitiba, após sequenciamento genômico da Fiocruz do Rio de Janeiro.
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