Tem chamado a atenção de muita gente a composição do novo governo com partidos que estavam ligados diretamente ao ex presidente Jair Bolsonaro.
Para quem não acompanha política isso soa como estranho,mas isso é comum e para que o novo governo possa de fato governar, é necessário.
Só pra refrescar a memória recente, durante a campanha em 2018 o grupo da direita atacava o chamado centrão, tinha até uma musiquinha: “se gritar pega centrão, não fica um meu irmão”. Passada a eleição, o clã Bolsonaro já se aliou a nomes como Roberto Jeferson e o grupo do centrão, talvez o único governo que resistiu a essa política foi Dilma Rousseff e qual foi o resultado? Teve seu mandato cassado por um suposto crime de pedalada fiscal, o mesmo crime cometido por seu sucessor, Michel Temer e outros presidentes, mas estes não foram julgados, simplesmente porque o processo de impeachment é um processo político e quem joga o jogo do Congresso não tem maiores problemas.
Essa questão da política do toma lá dá cá pode ser encarada como normal ou necessária desde de que ela seja feita em um processo transparente (o que raramente acontece), mas o grande problema que vejo é que essa política que na maioria das vezes é condenada pela população, ou seja, pelos eleitores dos políticos envolvidos nessa “tramóia”, é praticada antes mesmo das eleições, e pasmem, é praticada pelos eleitores que condenam essa prática.
Alguém aí já ouviu falar (ou até já praticou) da troca de votos por combustível? Aquele famoso adesivo colocado no carro ou quando podia, aquela plaquinha na frente da casa, promessa ou pagamento por furar a fila numa consulta ou exame médico que duraria meses, e com o famoso “jeitinho brasileiro” se conseguiu os famosos atestados médicos ou consultas grátis, fazendo com que médicos se elegessem… Então, não é incomum os eleitores barganharem seu voto no período eleitoral.
Portanto meus amigos, a corrupção eleitoral começa “aqui embaixo” e se estende para o Palácio da Ronda, Palácio Iguaçu e até mesmo no Palácio da Alvorada.
Então, antes de criticarmos os políticos, temos que analisar o comportamento dos eleitores no período eleitoral. Se a política do toma lá dá cá estiver muito presente por aqui, com certeza estará por lá.
Está na hora de começarmos a mudar o nosso comportamento para depois cobrar uma mudança de atitude da nossa classe política, senão aquele velho ditado: faça o que eu mando (ou quero), mas não faça o que eu faço vai continuar imperando.
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