O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na última terça-feira (31) uma nova legislação que revoga a implementação do seguro obrigatório para veículos, anteriormente conhecido como DPVAT. Essa medida foi aprovada em meio a um amplo pacote fiscal destinado à contenção de despesas do governo federal.
O seguro obrigatório havia sido extinto em 2019 durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, em 2024, após discussões e mobilizações por parte da equipe econômica, o Congresso Nacional havia aprovado o retorno dessa taxa, que seria renomeada para “SPVAT”. O intuito da reinstauração era gerar receita adicional para ajudar a cobrir os custos relacionados a acidentes de trânsito, impactando positivamente o Sistema Único de Saúde (SUS), a Previdência Social e outros serviços públicos.
No entanto, diversos governadores manifestaram a intenção de não cobrar essa taxa em seus respectivos estados e no Distrito Federal. De acordo com o ministro Alexandre Padilha, responsável pelas Relações Institucionais, essa resistência levou o governo a reconsiderar sua posição e apoiar a revogação da proposta.
Durante seu funcionamento em 2018, o DPVAT exigia contribuições anuais que variavam entre R$ 16,21 para veículos particulares e até R$ 84,58 para motocicletas. No último ano de vigência do seguro, sua arrecadação totalizou cerca de R$ 4,6 bilhões, recursos que foram direcionados ao financiamento de ações do SUS e programas voltados à educação no trânsito.
A revogação do retorno do DPVAT foi incorporada ao recente pacote de cortes fiscais aprovado pelo Congresso. Apesar de não resultar em economia significativa para as finanças públicas e até mesmo implicar numa diminuição da arrecadação, a medida foi incluída como parte de um projeto mais amplo que estabelece “gatilhos” para limitar o aumento de benefícios fiscais e gastos com pessoal em situações de déficit orçamentário.
A nova legislação também permite o congelamento de até 15% das emendas parlamentares não impositivas — aquelas cujo pagamento não é obrigatório — além de autorizar o uso dos saldos dos fundos nacionais para amortizar a dívida pública.
Com essas diretrizes em vigor:
Além deste projeto específico, outras três propostas encaminhadas pelo Ministério da Fazenda também foram aprovadas pelo Congresso como parte da estratégia do governo para equilibrar as contas públicas. A administração federal estima que essas medidas possam resultar em uma economia total de R$ 375 bilhões até o ano de 2030.
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